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Exposição
de 10 de Dezembro de 2005
a 11 de Março de 2006
Culturgest Porto
Entrada gratuita

Documentação

Carlos Bunga

Carlos Bunga (n. 1976, Porto) tem um percurso recente, mas já com assinalável visibilidade internacional, facilitada num primeiro momento pela conquista no final de 2003 do “Prémio EDP Novos Artistas” e impulsionada, uns meses depois, pela participação na “Manifesta” em San Sebastian.
Carlos Bunga tem-se evidenciado com as suas instalações site specific de grandes dimensões, nas quais as referências à arquitectura urbana precária e transitória se conjugam com ecos de certa pintura modernista e construtivista. São intrínsecas a estas instalações noções de fragilidade, devir e contingência, desenvolvidas quer de um ponto de vista material, quer enquanto evocação poética da passagem do tempo e do destino das coisas.
O artista começa o processo pela construção, com pranchas de cartão prensado e fita adesiva, de volumes de imediata conotação arquitectónica. Numa fase seguinte, uniformiza as superfícies exteriores pintando-as de branco e pinta as interiores de diversas cores para criar uma composição de planos monocromáticos. Em diversas ocasiões, o processo concluiu-se com a demolição dos volumes, permanecendo apenas as superfícies de cartão prensado no chão e as que ficam apostas sobre as paredes do espaço. Estas instalações sugerem, logo numa primeira aproximação, as superfícies que ficam como memória impressa de edifícios demolidos. Mas já sucedeu, numa das instalações, o artista incorporar os destroços amontoados no chão ou, numa outra, manter a construção intacta deixando as superfícies interiores de cartão prensado cruas.
Há, no processo de feitura das instalações, uma atenção constante à escala e à morfologia do espaço expositivo. No projecto para a Galeria da Culturgest no Porto, Carlos Bunga confronta o vocabulário que tem vindo a desenvolver, já não com a arquitectura neutra do “cubo branco”, mas antes com um espaço muito particular (da autoria, tal como o edifício onde se situa, do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro): um espaço cruciforme, com uma área de aproximadamente 400 m2, profusamente ornamentado a partir da integração revivalista de elementos art déco.
Nesta exposição – a segunda individual de Carlos Bunga, depois da que realizou em Abril passado na Galeria Elba Benítez, em Madrid – são ainda mostrados um conjunto de maquetas feitas igualmente com cartão prensado e três vídeos de curta duração, umas e outros datados de 2002, onde são já formuladas algumas das principais questões que as instalações iriam mais tarde potenciar.


Carlos Bunga (b. 1976) took the Portuguese artistic scene by storm when, a virtual unknown, he participated in the exhibition and won the EDP Novo Artista Award in 2003, held at Museu de Serralves.
Since then, Bunga’s work has been shown in prestigious exhibitions and venues, from “Manifesta” in San Sebastian to the Artists Space in New York and Galeria Elba Benìtez. Carlos Bunga has gained prominence thanks to his large-scale ephemeral interventions in the exhibition space, where references to architecture, particularly to precarious, run-down urban construction, are combined with a marked pictorial sense. The artist uses laminated cardboard to build aggregated structured elements. Choosing different colours, he then paints the interior walls, which are superimposed over the walls of the exhibition space. In the final stage of the process, he causes the collapse of these elements, leaving only the surfaces on the wall and the wrecks pilled on the floor. This way, he is inducing the acceleration of the process of degradation and ruin, in order to poetically unveil life’s meaning and destiny. This is Carlos Bunga’s first solo exhibition in Portugal.