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Conferências
às 4as feiras
1, 8 e 22de Fevereiro
3a feira 14 de Fevereiro
18h30
Pequeno Auditório e Sala 2
Entrada gratuita
Levantamento de senha de acesso 30 minutos antes do início da sessão, no limite dos lugares disponíveis

Documentação

1 de Fevereiro de 2006


8 de Fevereiro de 2006


14 de Fevereiro de 2006

22 de Fevereiro de 2006

O Cinema e a experiência do mundo
Por Augusto M. Seabra

O cinema é um facto corrente, até cada vez mais, com o que isso também supõe de depreciação. A crescente ordem doméstica de consumo de filmes em suportes que já não a da projecção, retirou a recepção cinematográfica do espaço público e colectivo e tornou-a ainda mais sedentária, quando os pressupostos da arte cinematográfica a faziam potencialmente de todas a mais nómada, aquela que permitiria conhecer maior diversidade de culturas e imaginários. Mas este pode ser também o quadro para repensar radicalmente a experiência cinematográfica como modo de conhecimento.

Augusto M. Seabra – Crítico. Membro do júri de vários festivais internacionais de cinema. Apresentou pela primeira vez em Portugal autores como Takeshi Kitano, Wong Kar-Wai, Edward Yang, Alexander Sokurov, Annaud Despelechin ou Todd Haynes. Na Culturgest comissariou a programação de cinema dos Festivais “Extremos do Mundo”, “Europa” e “Comunidade”. No DocLisboa 2005, foi comissário do programa “Histórias da Europa: nacionalismos, identidades e fronteiras”.


1 de Fevereiro – “O que é o cinema?” ou a infindável questão
Um dos primeiros espectadores, Gorki, falava da “estranheza deste mundo”, do “reino das sombras” – “não a vida, mas a sombra da vida, não o movimento da vida, mas uma espécie de espectro mudo”. Quando o cinema começou a ser também considerado no campo da teoria estética, um Panofsky não hesitou em considerá-lo como “a realidade física enquanto tal”. Será “a verdade a 24 fotogramas por segundo” como pretendeu Godard? Imaginário e realismo, os termos de todo um debate de décadas, sobreviverão às tecnologias digitais?

8 de Fevereiro – A hipótese do espectador
A consagração da arte cinematográfica passou pelo estatuto de “autores”. Mas para além das diversas apreciações, com base nas autorias, nos códigos ou nos modos de produção, há uma hipótese não menos importante de abordagem: como se constituiu o sujeito da percepção cinematográfica, o que é o espectador de cinema?

14 de Fevereiro – O sistema-mundo do cinema
O cinema foi não apenas a primeira arte e/ou indústria cultural mas mesmo a primeira indústria que se erigiu à escala planetária, com um centro planetário, Hollywood. A possibilidade de conhecimento foi estandardizada e zonas regionais de influências constituídas e/ou marginalizadas, com o que isso supôs de normas e de quadros restritos de recepção.

22 de Fevereiro – O desastre do sensível e modos de conhecimentos
A circulação incessante das imagens, exigindo um “hiper-realismo” para se distinguirem no fluxo, suscitou um paradoxo: tudo pode estar à vista, mas a sensibilidade aos modos de visibilidade cinematográfica foi radicalmente depreciada. E, no entanto, a própria política da centralização dos fluxos de informação e formatação tanto mais solicita uma outra hipótese: uma geopolítica da percepção e a possibilidade de reconsiderar o cinema como experiência do mundo e modo de conhecimento.


The fact that films are more and more intended for domestic consumption, in other media besides projection detaches cinematic reception from a public and collective space. It renders film more sedentary, whereas the prepositions of film make it the most potentially nomadic art of all, the one which would allow us to become acquainted with a broader diversity of cultures and imaginary universes of references.