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Teatro29, 30 e 31 de Março, 1, 3, 4, 5 e 6 de Abril de 2006
21h30 · Palco do Grande Auditório da Culturgest · Duração 2h00 · 12 Euros (Jovens até aos 30 anos: 5 Euros. Preço único)

Orgia
de Pier Paolo Pasolini. Um espectáculo A&M.


© Jorge Gonçalves

Folha de sala (pdf)

Conversas com o público após o espectáculo nos dias 31 de Março, 4 e 6 de Abril.

O texto de Orgia, juntamente com Pocilga, será editado nos Livrinhos de Teatro dos Artistas Unidos / Livros Cotovia.

 

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707 234 234

Orgia é a crónica das pobres emoções sado-masoquistas de dois cônjuges pequeno-burgueses no calor de uma desoladora Páscoa, da fuga-suicídio de uma esposa-amante-escrava, da devastação do esposo ao encontrar-se com uma pequena prostitutazinha de passagem, do seu extremo delírio fetichista e transsexual até ao seu suicídio por enforcamento.

Mais do que uma peça de teatro, Orgia pode ser definido como um poema a várias vozes, ou um oratório laico que exprime, entre lirismo e declaração, os temas preferidos de Pier Paolo Pasolini. A crise da sociedade é representada através de uma obsessão individual, em que o mistério da geração de filhos e o problema da identidade pessoal encontram a obsessão do sexo, objecto de culpa e meio de conhecimento: eis então o delírio, contado, saboreado e seccionado, de um casal sado-masoquista, uma orgia sangrenta de palavras que encontra a sua própria essência no reconhecimento da diversidade.

franco quadri

 

Aconselha-se calorosamente a uma senhora que frequente os teatros da cidade que não assista às representações do novo teatro. Ou, caso se apresente com o seu simbólico, patético, casaco de vison encontrará na entrada um cartaz a explicar que as senhoras com casacos de vison deverão pagar um preço trinta vezes mais alto que o preço normal. Nesse mesmo cartaz, pelo contrário, estará escrito que os jovens fascistas de vinte e cinco anos poderão entrar de graça. Além disso, pediremos também que não aplaudam. Vaias e outras formas de desaprovação serão admitidas.

(...) O novo teatro quer definir-se como Teatro da Palavra. Incompatibiliza-se tanto com o teatro tradicional como com todo o tipo de contestação ao teatro tradicional. Remete explicitamente para o teatro da democracia ateniense, saltando completamente toda a tradição do teatro burguês, e porque não dizer a inteira tradição moderna do teatro renascentista e de Shakespeare. Espera-se que o espectador oiça mais do que veja. As personagens são ideias a serem ouvidas.

pier paolo pasolini
“Manifesto por um novo teatro” (1968)

 

Ficha Técnica
Tradução Pedro Marques
Com
José Airosa, Sylvie Rocha e Sofia Correia
Cenografia e Figurinos
Rita Lopes Alves
Assistente de cenografia
Daniel Fernandes
Apoio vocal
Rui Baeta
Operador de som e luz
João Cachulo
Encenação e luz
Pedro Marques
Assistência de encenação
Ricardo Carolo
Uma co-produção
A&M / Artistas Unidos / Culturgest

 

Outras apresentações
10 e 11 de Fevereiro no Teatro Viriato (Viseu);
15 e 16 de Fevereiro no TAGV (Coimbra);
17 e 18 de Fevereiro na Casa das Artes (Famalicão);
3 de Março no Teatro Municipal de Bragança;
8 a 18 de Março no Rivoli-Teatro Municipal do Porto;
23 de Março no Teatro Municipal da Guarda

 

Orgia is the chronicle of the poor sadomasochistic petit-bourgeois emotions of two spouses in the heat of a desolate Easter, of the escape suicide of a wife, lover, slave, of the husband’s devastation upon running into a passing little prostitute, of his extreme fetishist and transsexual delirium until his suicide by hanging.
More than a theatre play, Orgia can be defined as a poem for many voices, or a laic oratorium that expresses Pier Paolo Pasolini’s favourite themes, between lyricism and statement. The crisis in society is represented through an individual obsession where the mystery of conceiving children and the problem of personal identity encounter the obsession for sex, object of guilt and medium for knowledge. Thus arises the delirium - told, savoured and sectioned – of a sadomasochistic couple, a bloody orgy of words that finds its own essence in the recognition of diversity.

franco quadri

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