Arquivo


Teatro
21, 22, 23, 24 e 25 de Fevereiro
21h30
Pequeno Auditório
Duração 1h00
12 Euros
Até 30 anos: 5 Euros.
Preço único


Documentação

Thom Pain
Lady Grey
Dois monólogos de Will Eno. Um espectáculo .lilástico

Thom Pain (baseado em nada), de Will Eno, é a construção – múltipla, rigorosíssima – de uma hesitação monumental. Absoluta quase, dir-se-ia. Um texto sobre o discurso e a exposição física, o medo e a narração, sobre os artifícios e os limites do teatro, e no fim da linha – por um certo inesperado avesso – sobre a própria alegria de estar vivo. Vivo em palco e vivo no público. Vivo ao vivo. Um texto que, na sua aparente leveza, fala dos mais sérios absurdos humanos, não se furtando a quase nada. E uma peça que consegue o feito louco de ir avançando às arrecuas.
Lady Grey (a uma luz cada vez mais baixa) – o outro monólogo deste espectáculo – é, também, o texto de um texto, digamos assim, palavras que se sabem palavras. Nele uma actriz tenta preencher o silêncio para, finalmente, eventualmente, conseguir agir. Num certo sentido, não se trata de uma história mas de uma pré-história. Quais as frases de chegar ao princípio?
Will Eno, de quem já se disse ser descendente de Beckett e Albee, é dono de uma voz original e poderosa que faz das contradições forças e da banalidade iluminações. A sua escrita não se esgota no humor nem numa simples estratégia de – palavra horrível – “desconstrução”. As suas não-personagens são artificiosas para serem verdadeiras, as suas gargalhadas carregam tristezas mortais. Mas – “não é óptimo estar vivo?”.
Um regresso .lilástico à tradução de textos de autores contemporâneos que, como em 1999 com Variações sobre os Patos de David Mamet, pretendemos seja o início de um novo ciclo. Um espectáculo que, partindo da forma convencional do monólogo, se construa na direcção da ficção e que dela se construa a relação com o público.

Will Eno vive em Brooklyn. Escreveu The Flu Season, Tragedy: a tragedy, King: a problem play, Intermission. As suas peças foram produzidas por companhias como o Gate Theatre, a Soho Theatre Company, Rude Mechanicals, NY Power Company, Naked Angels e na BBC Rádio. Thom Pain (based on nothing) ganhou um First Fringe Award no festival de Edimburgo.


Conversas com o público após o espectáculo nos dias 23 e 25


Títulos originais Thom Pain (Based on nothing), Lady Grey (In ever lower light)
Tradução Jacinto Lucas Pires (Thom Pain) e Marcos Barbosa (Lady Grey)
Direcção e encenação Marcos Barbosa
Dramaturgia Jacinto Lucas Pires
Com Catarina Requeijo e Marcos Barbosa
Cenografia, figurinos e grafismo Sara Amado
Desenho de luz José Álvaro Correia
Uma co-produção .lilástico / Culturgest / Casa das Artes (Famalicão)

Outras apresentações: 3 e 4 de Março na Casa das Artes (Famalicão)


Thom Pain (based on nothing), by Will Eno, represents the multileveled and meticulous construction of a colossal hesitation. This is a text on discourse and physical exposure, fear and narration, on the ploys and limits of theatre. To an extent – and thanks to an unexpected twist – this is a text on the simple joy of being alive. In its seeming weightlessness, the text speaks of the most serious human absurdities and shies away from scarcely anything.
Lady Grey (in ever lower light) – the other monologue in this show – is also the text of another text, or rather, words that know themselves to be words. An actress tries to fill the silence in order to, finally, eventually, be able to take action. In a certain sense, this is not a story but rather a pre-story. Which sentences will lead us to the beginning?

Will Eno lives in Brooklyn. He has written The Flu Season, Tragedy: a tragedy, King: a problem play, Intermission. His plays have been produced by companies such as the Gate Theatre, the Soho Theatre Company, Rude Mechanicals, NY Power Company, Naked Angels and BBC Radio. Thom Pain (based on nothing) won a First Fringe Award in the Edinburgh festival.