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Música · quarta 18 de Abril de 2007
21h30 · Grande Auditório· Duração 1h15

Drumming
Grupo de Percussão
espectáculo integrado no ciclo ‘Os Filhos de Abraão’


© Susana Neves

Folha de Sala (pdf)

Classificação: M/12

In the beginning there was rhythm
No princípio era o ritmo

Ao pensar na música religiosa, fazemos imediatamente uma ligação à música vocal, ao órgão de igreja ou a algum Requiem orquestral. Apesar de existirem outras formas de música esta foi, sobretudo na Europa, a tendência seguida pela Igreja Católica. Ao observarmos outras religiões concluímos também que existe uma grande diversidade de músicas influenciadas pelo acto litúrgico ou por outras celebrações religiosas. Tendo em conta os nossos instrumentos – de um grupo de percussão – estamos muito longe de poder tocar essas músicas religiosas. Faremos sim uma demonstração, tocando com instrumentos que são usados nessas músicas: o sino na Igreja e o tambor nas procissões. Neste programa não iremos trabalhar com instrumentos religiosos nem interpretar músicas de culto religioso. Este concerto não é um acto religioso. Os ateus poderão até ser os nossos melhores ouvintes. Transitaremos sim entre várias composições contemporâneas bem diferentes entre si mas interligadas pelo tema da religião. Compositores como Reich e Gubaidulina são crentes praticantes que usaram a música para servir a religião e fazer oferendas a Deus. Outros compositores tiveram uma educação musical inserida no meio religioso como é o caso de Harvey no coro do Colégio Saint Michael de Tenbury. No caso Gavin Bryars, este cruzou-se com a religião num encontro ocasional com um grupo de “sem abrigo” que cantava uma melodia com letra referente a Jesus. Por fim outros são obcecados com as deidades índias e em usar a música para criticar a religião… Mas tanto os compositores, como nós, músicos intérpretes, pretendemos que estes concertos, estes actos artísticos de vibrações sonoras, proporcionem ao público uma experiência transcendental, um alimento da alma, um êxtase espiritual. Que assim seja...
miquel bernat

Drumming – Grupo de Percussão emergiu no Porto em 1999, tendo sempre como seu Director artístico Miquel Bernat, e desde então tem vindo a sintetizar a evolução da percussão erudita em Portugal e na própria cultura ocidental. Ganhou rapidamente a simpatia do público e da crítica, constituindo na actualidade uma referência na vida musical do nosso país, tendo no seu currículo dezenas de actuações em todas as principais salas e dando concertos na Bélgica, França, Alemanha, Brasil e Espanha.
Miquel Bernat nasceu em Benisanó (Valência). Percussionista e pedagogo de prestígio internacional é membro fundador do Ictus Ensemble de Bruxelas e colaborador assíduo da Companhia de Dança Contemporânea ROSAS de Anne Teresa de Keersmaeker. Desenvolve uma intensa actividade concertística e pedagógica em todos os continentes. Colabora estreitamente com numerosos compositores, havendo dezenas de obras que lhe foram dedicadas.

Direcção Artística Miquel Bernat
Músicos Miquel Bernat, Nuno Aroso, Pedro Oliveira, João Tiago, João Cunha, Rui Rodrigues e Paulo Costa
Luz David Sobral
Som Tiago Jonatas
Produção e Gestão Executiva David Sobral e Joana Ventura

 

programa
Sofía Gubaidulina In the Beginning there was Rhythm
Steve Reich Typing Music
Jonathan Harvey Mortuos plango, vivos voco
Gavin Bryars Jesus Blood Never Failed Me Yet
Ricardo NovaThirteen Faces Formula (2007) versão Drumming (estreia absoluta, encomenda da Culturgest e Drumming)
John Cage CREDO IN US

 

The words “religious music” call to mind organs and requiems in the Catholic tradition, but other religions have different musical traditions. This show involves compositions connected by religion. Some composers are believers; others learnt music in a religious context. Some are obsessed by Indian deities, or use music to criticize religion.

Estrutura apoiada pelo Ministério da Cultura / Instituto das Artes
mc