Realiza-se pela segunda vez o festival de encerramento dos PANOS, um projecto que alia o teatro escolar/juvenil à nova dramaturgia. Inspirando-se no NT Connections do National Theatre de Londres, todos os anos há peças novas encomendadas a escritores reconhecidos, com apenas duas condições: escreverem para actores entre os 12 e os 18 anos; preverem um tempo de espectáculo não superior a uma hora.
No ano passado, as peças de Hélia Correia, Jacinto Lucas Pires e Mark Ravenhill foram encenadas por sete grupos de todo o país; este ano são vinte e cinco os grupos participantes, dividindo-se pelos textos de Alexandre Andrade, Armando Silva Carvalho e Ali Smith (com uma peça do Connections 2005, traduzida por Miguel Castro Caldas).
Tudo começou com um workshop em Novembro, onde cada
uma das peças foi trabalhada separadamente com os autores,
os responsáveis dos grupos e, por cada texto, um encenador-orientador:
João Pedro Vaz, António Fonseca e Lucy Cuthbertson.
Seguiu-se o período de ensaios e as estreias decorreram até
aos primeiros dias de Maio. Um comité de selecção
escolheu por cada texto dois espectáculos (três no
caso da peça de Ali Smith, a mais requisitada) para serem
apresentados neste festival.
Auto do Branco de Neve, uma farsa trágica, parte do assassinato da transexual Gisberta, no Porto. Mas o caso real, no verso de Armando Silva Carvalho, metamorfoseia-se em conto: entre o onírico e o grotesco, apresenta em três actos a vida de Gino/Ginette, da definição do género numa sala de espelhos, passando por um baile de bas-fonds, até à violência final na floresta.
Em Copo Meio Vazio, de Alexandre Andrade, Tiago é um rapaz de 17 anos que vai a uma entrevista de emprego que não é uma entrevista de emprego: pedem-lhe apenas que seja “ele mesmo”, e os problemas começam quando cada gesto passa a ser interrogado, e mesmo o questionamento e a revolta parecem fazer parte de uma qualquer essência da juventude destilada nos livros do misterioso Sr. Madureira.
Em Justamente de Ali Smith há um corpo no palco com um guarda-chuva espetado nas costas e Vitória é acusada de um crime tipicamente britânico por um polícia com problemas linguísticos. É uma peça sobre a justiça e a linguagem, feita de humor e absurdo, com um fundo inquietante onde não é difícil ler uma sátira à “nova ordem mundial”.
FESTIVAL PANOS 2007
Sexta, 25 de Maio
18h30, Palco do Grande Auditório
AUTO DO BRANCO DE NEVE de Armando Silva Carvalho
pelo Teatro Viriato (Viseu)
21h30, Pequeno Auditório
JUSTAMENTE de Ali Smith
pelo Clube de Teatro da ES Albufeira
Sábado, 26 de Maio
15h30, Palco do Grande Auditório
COPO MEIO VAZIO de Alexandre Andrade
pelo Grupo de Teatro Espirros do Norte da ES Padre Benjamim Salgado (Joane)
18h30, Pequeno Auditório
JUSTAMENTE de Ali Smith
pelo Colégio Sagrado Coração de Maria (Fátima)
22h00, Palco do Grande Auditório
AUTO DO BRANCO DE NEVE de Armando Silva Carvalho
pelo Grupo de Teatro Na Xina Lua da ES/3 Tondela
Domingo, 27 de Maio
15h30, Pequeno Auditório
JUSTAMENTE de Ali Smith
pelo Teatro do Gil da ES Gil Vicente (Lisboa)
18h30, Palco do Grande Auditório
COPO MEIO VAZIO de Alexandre Andrade
pelo Teatro Reticências da ES Leal da Câmara (Rio de Mouro)
The PANOS project combines school/youth theatre and new drama, inspired by the UK National Theatre’s Connections. The actors are from 12 to 18 years old, and shows last up to an hour. This year sees the second PANOS closing festival, involving 25 groups, with each play being rehearsed and opening by the end of April. The closing festival will stage two shows for each play. A new series is set to begin soon, so keep an eye on Culturgest’s PANOS web page.
Auto do Branco de Neve is based on a transsexual’s murder in Oporto. In Copo Meio Vazio, a 17 year old boy goes to a strange job interview. And in the satirical Justamente, Vitória is accused of a typically British crime by a policeman with speech problems.
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