O encontro de dois dias em torno da obra e da enigmática morte do filósofo e escritor Walter Benjamin (1892-1940), um dos pensamentos mais originais do século XX europeu, pretende assinalar dois acontecimentos marcantes na vida cultural portuguesa: a estreia do documentário de David Mauas Quién mató a Walter Benjamin, que levanta as pontas de alguns véus sobre o pretenso suicídio de Benjamin na fronteira franco-espanhola (em Port Bou) depois da Guerra Civil de Espanha; e a saída do terceiro volume (A Modernidade), das Obras Escolhidas, um grande projecto editorial da responsabilidade de João Barrento, em curso de publicação pela editora Assírio & Alvim. Este volume inclui o conjunto de ensaios em torno de Baudelaire e a Paris do século XIX, e ainda os principais textos sobre estética e sociologia da arte, quase todos escritos por Benjamin no exílio de Paris (1933-1940).
Sexta 23 de Fevereiro
A cidade – o olhar – a memória: Walter Benjamin e nós
Debate em torno da Modernidade estética e da actualidade do pensamento de Walter Benjamin sobre a cidade e as artes, com a participação de Bernd Witte, Maria Filomena Molder, Manuel Gusmão e João Barrento.
Sábado 24 de Fevereiro
Quem matou Walter Benjamin
Projecção do documentário de David Mauas Quién mató a Walter Benjamin (73 m., versão espanhola, legendas em inglês). Segue-se uma conversa a propósito do filme, entre o realizador David Mauas e o compositor José Júlio Lopes, moderada por João Barrento.
Bernd Witte
Professor de Literatura Alemã na Universidade de Düsseldorf. Autor de várias obras sobre Walter Benjamin.
Maria Filomena Molder
Professora de Estética, Universidade Nova de Lisboa. Autora de Semear na Neve. Estudos sobre Walter Benjamin (Relógio d’Água, 1999), e outros livros de ensaios.
Manuel Gusmão
Poeta e ensaísta, professor (aposentado) da Faculdade de Letras de Lisboa. Autor do libretto da ópera de António Pinho Vargas, Os Dias Levantados (Caminho, 2002), onde a figura e o pensamento de Benjamin ocupam um lugar importante.
João Barrento
Ensaísta e tradutor, professor (aposentado) da Universidade Nova de Lisboa. Responsável pela edição e tradução das Obras Escolhidas de Walter Benjamin (Assírio & Alvim, 7 volumes previstos).
David Mauas
Cineasta argentino, formado em Jerusalém e Barcelona. O filme sobre a morte de Benjamin foi preparado durante três anos de investigações em vários lugares da Europa.
José Júlio Lopes
Compositor, professor e investigador (UNL). Em Dezembro de 2007 vai estrear na Culturgest a ópera W, com um libreto sobre Walter Benjamin, construído a partir da sua singular morte.
This 2-day meeting on the work and mysterious death of Walter Benjamin (1892-1940), one of the most original thinkers in 20th-century Europe, comprises two decisive moments in Portuguese cultural life: the premiere of David Mauas’ documentary Who Killed Walter Benjamin, on Benjamin’s supposed suicide on the Franco-Spanish border; and the publication of volume 3 (Modernity), of his Selected Works, a project organised by João Barrento and published by Assírio & Alvim. This includes the essays on Baudelaire and 19th-century Paris, and the main texts on the aesthetics and sociology of art, almost all written during Benjamin’s exile in Paris (1933-1940).
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