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Leituras · Segunda 14 de Janeiro de 2008
18h30 · Pequeno Auditório · Duração 2h00

Poesia de
Judith Herzberg
Lida por Jorge Silva Melo. Com a presença da autora.


© Jorge Gonçalves

Folha de Sala (pdf)

Classificação: M/12

Por ocasião do lançamento de O que resta do dia, antologia de poesia e prosa de Judith Herzberg (Cavalo de Ferro) traduzida por Ana Maria Carvalho Lemmens, e da reposição de A Fábrica de Nada (Teatro Municipal de Almada), Jorge Silva Melo lerá alguns poemas da autora na sua presença.

Judith Herzberg (Amesterdão, 1934). Começou a publicar nos anos 1960, sendo desde então considerada uma das mais importantes poetas holandesas. Nos anos 1970, começou a escrever teatro. Recebeu inúmeros prémios e a sua obra está traduzida em alemão, inglês, francês, português e italiano. Disse uma vez: “Tento que o público experimente a mesma confusão que eu, quando observo a realidade.” O seu teatro foi revelado em Portugal por Alberto Seixas Santos que dirigiu O Caracal no Teatro Taborda. Jorge Silva Melo estreou, em 2005, A Fábrica de Nada na Culturgest.

Caixas

Porque durante a guerra nos falavam sempre
de antes da guerra, de como todos eram todos
ingénuos, tenho agora o máximo cuidado,
ao deitar qualquer coisa fora, por exemplo,
uma caixa de papelão, peço a Deus
para que a caixa não volte nunca
a assaltar-me em forma de remorso;
lembras-te ainda como nós, despreocupados,
deitávamos fora caixas sem pensar!
Se tivéssemos guardado pelo menos uma,
se tivéssemos guardado pelo menos uma!

Judith Herzberg
Trad. Ana Maria Carvalho Lemmens

Marking the publication of O que resta do dia (an anthology of Judith Herzberg’s poetry and prose translated by Ana Maria Carvalho Lemmens) and the re-staging of A Fábrica de Nada at Almada Municipal Theatre, Jorge Silva Melo will read poems by the writer, in her presence.

Judith Herzberg (Amsterdam, 1934) is one of the Netherlands’ leading poets and playwrights. Her award-winning work has been translated into German, English, French, Portuguese and Italian. She once said “I try to make people feel the same confusion as I do when I look at reality”. The first of her plays performed in Portugal was O Caracal. A Fábrica de Nada was first performed in Portugal in 2005.