Mari Boine é muitas vezes identificada como porta-voz do povo Sami, autóctone da região também muitas vezes designada por Lapónia, no Norte da Escandinávia. Porque pertence a esse povo, porque tem lutado pelos seus direitos, política e culturalmente, porque a língua e a música tradicional Sami estão sempre presentes nas suas canções, porque começou a cantar publicamente, no início dos anos 1980, em revolta pela opressão que o seu povo sofria.
Mas Mari não se acha porta-voz dos Sami. “Não posso representar um povo inteiro. Mas posso contar a minha história como Sami e dessa forma contar parte da história do povo Sami. Nas minhas canções posso descrever a dor da opressão, a luta para ganhar o respeito próprio, mas também a alegria de crescer numa cultura que tem uma ligação tão forte com a natureza”.
A música pode tocar-nos de uma forma insuspeita. Pode oferecer significados, mas pode também criar momentos que não conseguimos definir. A música pode confundir-nos, mas também pode fazer-‑nos sentir felizes, exaltar-nos espiritualmente ou enriquecer-nos. A música de Mari Boine tem estes efeitos.
Não se deixa o encontro com Mari e a sua música sem se ser tocado profundamente. A sua música é simples, mas no encontro entre as suas canções, a sua voz, a sua banda, revela-se a sua força. Temos que ouvi-la com o espírito aberto: se não nos entregarmos, talvez não consigamos descobrir a riqueza que ela tem para nos oferecer.
O primeiro álbum que Mari gravou foi em 1989. Chamava-se Gula-Gula, foi distribuído pela Real World Records, de Peter Gabriel e deu-lhe de imediato fama internacional que tem vindo sempre a consolidar-se e a expandir-se nestes quase vinte anos passados.
O concerto desta noite é baseado no seu último álbum Idjagiedas (“Na mão da noite”), editado em Agosto de 2006, por alguns considerado o seu melhor disco.
Guitarras Georg Buljo
Trompete Ole Jørn
Bateria Gunnar A
Baixo Svein Scultz
Flautas Carlos
Voz Mari Boine
Mari Boine is often seen as the spokeswoman of the Sami people of Lapland in northern Scandinavia. Traditional Sami music and language are always present in her songs, but she does not see herself as a spokeswoman. She believes her songs can describe the pain of oppression, but also the joy of growing up in a culture with such strong ties to nature.
Her music is simple, but its strength is in the combination of her voice, band and songs. You need an open mind to listen to her, or you may miss out on what she has to offer. Her first album was called Gula-Gula, and brought her international fame, which has continued to grow. Tonight’s concert centres around her latest CD Idjagiedas.
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