Criação 2007 de Mathilde Monnier, co-produzida pela Culturgest, Tempo 76 pesquisa uma forma recorrente da história da dança e da música: o uníssono.
Forma ainda hoje muito utilizada para finalidades espectaculares em manifestações diversas – paradas militares, desfiles carnavalescos, bailados clássicos, óperas, operetas, espectáculos de revista, espectáculos musicais, etc. – o uníssono tornou-se relativamente tabu para a comunidade da dança contemporânea, tendo perdido a sua glória a favor de uma desconstrução e de uma outra utilização do espaço.
Em Tempo 76 Mathilde Monnier aborda-o de modo crítico mas também jubilatório, não apenas como uma forma coreográfica mas também ao serviço de uma geografia espacial, de um espaço a construir e destruir, em que o indivíduo interage com o ambiente e o espaço está em uníssono com o gesto.
“Vivemos desajeitadamente em uníssono com o mundo. Tentamos agarrar-nos ao ritmo de um mundo que nos ultrapassa pelo afastamento, pelo desfasamento, pelo reenquadramento […]. Tentamos adaptar-nos a um meio ambiente cada vez mais hostil, mais rápido, menos apreensível e perceptível nos seus sentidos. Trata-se de sermos testemunhas disto e de ensaiarmos um voto na matéria, de procurarmos possíveis pontos de entrada.”
Mathilde Monnier
Cenografia Annie Tolleter
Música György Ligeti
Realização sonora Olivier Renouf
Luz Éric Wurtz
Figurinos Dominique Fabrège
com assistência de Laurence Alquier
Aconselhamento artístico Herman Diephuis
Elaboração da partitura Enora Rivière
Interpretação Yoann Demichelis, Herman Diephuis, Olivier Normand, Jung-Ae-Kim, Natacha Kouznetsova, Maud le Pladec, I-Fang Lin, Arend Pinoy, Rachid Sayet
Produção Festival Montpellier Danse 07, Théatre de la Ville – Paris, Festival d’Automne – Paris, Culturgest – Lisboa, Steirischer Herbst – Graz, La Halle aux Grains – Scène Nationale de Blois, Centre Chorégraphique National de Montpellier Languedoc-Roussillon
Criação Festival Montpellier Danse 07
Created in 2007 by Mathilde Monnier, co-produced by Culturgest, Tempo 76 searches for something recurrent in dance and music: unison.
Although widely used for military and carnival parades, classical dance, operas, reviews, music shows, etc., it is almost taboo in contemporary dance, which favours deconstruction and a different use of space.
Tempo 76 approaches unison critically but positively as a choreographic form but also as a way of using space, the individual interacting with the environment.
We are trying to hold on in a hostile, faster, less perceptible world, with which we are out of step. Tempo 76 is an attempt to examine this and look for a way to connect.
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