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Exposição · DE 20 DE JUNHO A 6 DE SETEMBRO DE 2009
Galeria 2

Colecção #1 (Ana Jotta)

ana

Sem título, 1997

 

Jornal da exposição (pdf)

 

Visita guiada por Miguel Wandschneider
Sábado, 11 de Julho, 17h00

 

Visitas guiadas
Domingos, 5 Julho e 6 Setembro, 18h00

 

Guided tour by Miguel Wandschneider
Saturday, 11 July, 5 pm

 

Guided tours
Sundays, 5 July, 6 September, 6 pm

 

Colecção #1 dá início, juntamente com Colecção #2, a uma série de exposições na Culturgest em torno da colecção da Caixa Geral de Depósitos que pretende dar a conhecer (ou a revisitar) as obras adquiridas recentemente, ou seja, a partir de Janeiro de 2005. O mote para este programa, de periodicidade irregular, está dado: cada exposição centra-se no trabalho de um determinado artista. Nesse sentido, esta série de apresentações reflecte e harmoniza-se com um dos princípios fundamentais que presidiram às escolhas para a colecção desde aquela data: a substituição de um critério extensivo que até então havia predominado, tendo levado a contemplar um número muito elevado de artistas, por um critério intensivo que privilegia a concentração num número substancialmente mais reduzido de autores e a constituição de conjuntos alargados de obras, cuidadosamente seleccionadas.
A escolha de Ana Jotta (Lisboa, 1946) para o arranque desta série de exposições não é fruto do acaso. Às seis obras da artista que então faziam parte da colecção veio juntar-se, em Janeiro de 2006, um numeroso conjunto de peças, produzidas entre 1984 e 2002, que dá conta de como a sua obra se metamorfoseia e reinventa permanentemente através de uma desconcertante diversidade de meios e resultados. Ana Jotta aspira a uma constante diluição da autoria, uma atitude que reforça a irredutível singularidade da sua arte e constitui um modo às avessas de afirmação da sua idiossincrática individualidade; esvazia de sentido a noção de originalidade, a tal ponto a sua actividade é, para parafrasear a expressão certeira de Gäetan Lampo, a de uma obsessiva e infatigável respigadora, que se apropria de tudo e mais alguma coisa ao sabor das circunstâncias e dos acasos da (sua) vida – desvia, descontextualiza, recria, subverte objectos, imagens e referências das proveniências mais desencontradas, desde a história da arte à cultura vernácula, passando por aparentes trivialidades; desprende-se das obrigações e dos hábitos vinculados a um estilo, despistando categorias, classificações, interpretações e os seus efeitos domesticadores, subvertendo o jogo da arte e o jogo da vida com um cinismo encantador e em diferentes tons de humor, ironia, paródia e irrisão.

 

Curadoria · Curator:
Miguel Wandschneider

 

Starting this series of exhibitions around the recent acquisitions of the Caixa Geral de Depósitos collection with Ana Jotta (Lisbon, 1946) is not a random choice. The six works from the artist that, at the time, were already part of the collection were joined, in January 2006, by a large group of pieces, produced between 1984 and 2002, which show how her work has permanently metamorphosed and reinvented itself through a disconcerting diversity of means and results. Ana Jotta aspires to a constant dilution of authorship, an attitude that reinforces the irreducible singularity of her art and amounts to a topsy-turvy way of asserting her idiosyncratic individuality; she deviates, decontextualises, recreates and subverts objects, images and references drawn from the most diverse sources, ranging from the history of art to vernacular culture and apparent trivialities; she releases herself from the obligations and habits linked to a style, sidestepping categories, classifications, interpretations and their domesticating effects, subverting the game of art and the game of life with a charming cynicism amid different undertones of humour, irony, parody and derision.

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