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Teatro · Quinta 24, sexta 25, sábado 26, segunda 28, terça 29 e quarta 30 de Setembro
21h30 · Pequeno Auditório· Duração 1h30

A Orelha de Deus
de Jenny Schwartz
Encenação de Cristina Carvalhal


© Pedro Marques

Folha de Sala (pdf)

Sábado 26
Conversa com a autora a seguir ao espectáculo

Classificação: M/16

E os cães vão deixar de morder.
E as abelhas vão deixar de picar.
E tudo isto há-de acabar.
E tudo o que é bom.

E vamos fazer amor.
À moda antiga.
Com os olhos vendados.
E uma perna às costas.

Esta peça da jovem dramaturga nova-iorquina Jenny Schwartz é um (j)acto único composto por palavras que se invocam umas às outras, que se associam livremente contra a vontade de quem as diz, ou apesar das intenções daqueles que as proferem, sem filtros de espécie nenhuma. Uma espécie de pesadelo musical onde a dor, o sentimento de culpa e o processo de negação da realidade que subjaz à perda de um filho se transmutam num humor desbragado.
Há qualquer coisa de infantil e perverso na forma como as personagens, num processo mimético, assumem traços de outras e convivem com figuras imaginárias como a Fada dos Dentes ou um boneco action-man.
Os contornos dos lugares e as categorias temporais esbatem-se. Um permanente deslocamento das palavras relativamente às suas significações e emoções subjacentes perturba-nos, obrigando-nos a prosseguir em busca de um sentido ou de um final para a história que nos vai sendo desvendada.
Cristina Carvalhal

Uma peça provocadora, aventurosa e belissimamente escrita.
Edward Albee

Cristina Carvalhal trabalha desde 1987 como actriz no teatro, cinema e televisão. Foi co-fundadora da Escola de Mulheres – Oficina de Teatro. Entre os espectáculos que dirigiu, destaca: De Que Falamos Quando Falamos De Amor (em parceria com João Vieira), a partir de contos de Carver; Cosmos, baseado no romance de Gombrowicz; Erva Vermelha, adaptação da novela de Boris Vian; Libração de Lluïsa Cunillé; Cândido, baseado na novela de Voltaire; e Terra Interior, sobre o universo de Peter Handke.

 

Título original God’s Ear (2007)
Encenação Cristina Carvalhal
Tradução Rogério Casanova
Com Cucha Carvalheiro, Diana Sá, Emílio Gomes, Luísa Cruz, Manuel Wiborg, Pedro Carmo e Sandra Faleiro
Cenário e figurinos Ana Limpinho e Maria João Castelo
Desenho de Luz José Manuel Rodrigues
Música Sérgio Delgado
Produção executiva Mafalda Gouveia
Co-produção Culturgest, Teatro Oficina e Causas Comuns
Apoios Arsoft, Hasbro, SATA

 

Cristina Carvalhal has been a stage, film and TV actress since 1987. She co-founded Escola de Mulheres and has directed numerous plays.
“This one-act play by young New York dramatist Jenny Schwartz invokes a feeling of free-association, in which words are spoken seemingly against the will of the characters who speak them. It is a musical where pain, guilt and underlying denial over the loss of a son are transformed into unbridled humour.
There is something childish and perverse about the way the characters take on mannerisms of others and interact with imaginary creatures such as the Tooth Fairy or an action figure. Places and time become blurred as we search for an ending and a meaning to the story that unfolds.”
Cristina Carvalhal

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