A atitude melancólica não pode entender-se também ela como um distanciamento da consciência face ao desencanto do mundo?
Jean Starobinski
Um carro parado na neve com uma banda de hard rock lá dentro, uma amiga que chega para os ajudar e um parque de atracções portátil que o grupo aproveita para mostrar – a ela e a nós.
O que Philippe Quesne, na linha dos seus espectáculos anteriores, explora é o facto de dramaticamente não haver nada em jogo. Entre as personagens, nem tensões, nem rivalidades, nem invejas, nada do que é suposto fazer uma intriga. Em suma, um antiteatro. Que recusa a distância, e portanto o julgamento. Nem ridículos, nem odiosos, nem sedutores, nem estúpidos, nem inteligentes, desprovidos de psicologia e mesmo de afecto, as suas personagens são no entanto incrivelmente humanas. (...) Porque ignora o cinismo, La Mélancolie des dragons abre para outro universo, uma espécie de utopia não violenta, atenta às coisas e às pessoas. Num mundo onde tudo tem de ser um acontecimento, Philippe Quesne escolhe a tangente, e isso faz bem.
René Solis
Libération, 21 de Julho de 2008
Nada é grave, mas tudo é sério, nada é útil mas tudo parece absolutamente necessário, tudo é contingente mas sobretudo minuciosamente preparado. Este humor, que surpreenderá mesmo os maiores caras-de-pau, demonstra a extensão das capacidades inventivas e a importância da conquista do inútil nos actores do Vivarium Studio. Todos os gestos e todas as situações transformam-se assim num espectáculo sobre a amizade.
Antoine de Baecque
Concepção, encenação e cenografia Philippe Quesne
Com Isabelle Angotti, Zinn Atmane, Rodolphe Auté e Hermès, Cyril Gomez-Mathieu, Émilien Tessier, Tristan Varlot, Gaëtan Vourc’h
Produtora Anaïs Rebelle
Produção Vivarium Studio 2008
Co-produção Wiener Festwochen, Hebbel am Ufer, La rose des vents / Festival Next, Nouveau Théâtre CDN de Besançon e Franche-Comté, Ménagerie de Verre, Le Forum – scène conventionnée de Blanc-Mesnil, Le Carré des Jalles, Festival Perspectives
Apoio à criação Centre National du Théâtre Apoio Região Île-de-France, Parc de la Villette e Culturesfrance
Vivarium Studio é uma companhia convencionada da DRAC Île-de-France
A car containing a hard rock band is stuck in the snow. A friend comes to help them, and the band takes the opportunity to show her a portable funfair.
Philippe Quesne’s production explores the fact that dramatically there is nothing at stake: no tension, rivalry, envy, or anything supposed to move a plot forward. The characters are neither ridiculous nor hateful, seductive, stupid, or intelligent, but are still incredibly human. By ignoring cynicism, the production is an open door to a kind of non-violent utopia.
The humour will surprise even the most deadpan, showing the inventive skills of the Vivarium Studio actors. It becomes a show about friendship.
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