Gustavia reúne duas coreógrafas com percursos muito diferentes mas animadas por uma comum reflexão sobre as questões do futuro da arte e da representação.
Este espectáculo apoia-se no universo do burlesco clássico, que possui códigos e técnicas próprios que atravessam não só o cinema (Peter Sellers, Tati, irmãos Marx, Keaton, Chaplin, Nanni Moretti) mas também o palco e a performance (Leo Bassi, Anna e Bernhard Blume…) e as artes plásticas (Bruce Nauman).
O burlesco usa técnicas de troca de papéis e de toca e foge; é a arte de transformar a incompetência em competência. Permite distinguir os heróis burlescos dos heróis contestatários. Surge tanto do excesso de palavras como da sua ausência. O burlesco do corpo apoia-se no esforço gratuito, na repetição e no acidente. O que é legível no burlesco está oculto na dança, uma vez que esta, na sua essência, não tem nada, ou quase nada, de cómico.
Gustavia é um nome de mulher, mas, sobretudo, um nome artístico fictício. Gustavia tenta falar de grandes temas que a ultrapassam, temas clássicos intemporais: a mulher, a morte, o teatro, a representação, a representação de si, o artista. O burlesco, não sendo um género, proporciona o enquadramento de práticas e de maneiras de pensar e de fazer. Através de uma utilização indirecta dos instrumentos do burlesco, Gustavia procura falar livremente do seu métier: desvios, inquietações, catástrofes e alegrias da relação entre a arte contemporânea e a vida.
Luz Eric Wurtz
Realização sonora Olivier Renouf
Colaboração cénica Annie Tolleter
Figurinos Dominique Fabrège
com assistência de Laurence Alquier
Co-produção Festival Montpellier Danse 2008; Centre Pompidou – les Spectacles Vivants / Festival d’Automne / Théatre de la Ville (Paris); Centre de Développement Coréographique – Toulouse / Midi-Pyrénées; Culturgest; La Comédie de Genève; Mercat de Les Flors, Barcelona; La Ribot – Genève; Centre Chorégraphique National de Montpellier Languedoc-Roussillon
O Centre Chorégraphique National de Montpellier Languedoc-Roussillon, dirigido por Mathilde Monnier, é um lugar de pesquisa, de criação e de formação em dança contemporânea e é subsidiado por: Ministère de la Culture et de la Communication – Direction Régionale des Affaires Culturelles de Languedoc-Roussillon; Conseil Régional Languedoc Roussion; Montpellier Agglomération; Conseil Général de l’Hérault.
Neste projecto, La Ribot é apoiada por Pro Helvetia, Swiss Arts Council e la Ville de Genève – Département de la culture.
Gustavia brings together two choreographers with different backgrounds but a common view of the future of their art. This show is based on the burlesque world, which has its own codes and techniques not just from film (Peter Sellers, Jacques Tati, Marx Brothers, etc.) but also the stage and the plastic arts. Burlesque involves swapping roles and transforming incompetence into competence; something not often seen in dance, which rarely has a comic component.
Gustavia deals with women, death, theatre, performance and artists. Through the indirect use of burlesque instruments, Gustavia speaks freely about deviation, disquiet, catastrophe and joy in the relationship between contemporary art and life.
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