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Ópera · Sábado 31 de Janeiro e Domingo 1 de Fevereiro de 2009
21h30 · Grande Auditório· Duração 1h30

Uma Vaca Flatterzunge
De Vítor Rua


© Ilda Castro
Classificação: M/12

Em Uma Vaca Flatterzunge o compositor assume uma posição denegatória e satírica em relação ao termo – recorre ao estereótipo da ‘ópera bufa’, com emprego trivializado de diálogos e solos fora do recitativo da ópera dita ‘séria’; insinua uma ‘ópera cómica’, que, por seu turno, era uma comédia lírica entre o cantado e o falado; é reminiscente da ‘opereta’, uma forma ligeira e sentimental, visando o grande público e multiplicando os diálogos, peça fantasista, paródica e burlesca, assume mesmo uma noção desconstrutiva do teatro musical dando ênfase à parte instrumental, numa postura pós-modernista.
As personagens fazem parte dum imaginário esquizo, são representações e simbolizações sociomusicais enredadas num mundo satírico, corrupto, bizarro, assombrado pela ironia, despidas, comprometidas na simplicidade do senso comum.
Rui Chafes criou para esta representação uma escultura sui generis – um rochedo-vagina que flutua misteriosamente sobre todo o proscénio como um objecto alienígena.
Ana Borralho e João Galante tomaram conta da coreografia prescrita pelo compositor, Paulo Abreu imaginou líricas paisagens vídeo e a surrealista indumentária e joalharia ficou a cargo de Ilsa D'Orzac.
Uma Vaca Flatterzunge é um fluxo de gestos criativos timbrados pelo humor – incidentalmente, dentro da noção de music/performance art – e pela qualidade inexcedível dos seus solistas internacionais recrutados para esta exibição. A representação torna-se maravilhante, rica, irradiando vida. Tudo se passa num mundo patético para-operístico, num teatro absurdo de compositores, intérpretes e críticos/musicólogos.
Jorge Lima Barreto

 

Direcção artística Vítor Rua
Composição, libreto e condução Vítor Rua
Assistente de direcção Ilda Castro
Direcção de movimento Ana Borralho e João Galante
Cenografia Rui Chafes
Vídeo Paulo Abreu
Figurinos e joalharia Ilsa D'Orzac
Caracterização Jorge Bragada
Percussão Eddie Prevóst
Computador e electrónica Vitor Rua
Saxofones Daniel Kientzy
Tuba e trombone Giancarlo Schiaffini
Piano John Tilbury
Quarteto de cordas Quarteto Arabesco
Cantores Ana Ferreira, Hélder Bento, Marco Alves dos Santos e Margarida Marecos
Desenho de luz e direcção técnica Carlos Ramos
Desenho de som Francisco Leal
Realização vídeo-documentário João Dias
Produção vídeo-documentário OPTEC
Assistente de som de Daniel Kientzy Reina Portuondo
Produção casaBranca
Co-produção Culturgest
Apoio OPTEC, Atelier RE.AL Projecto financiado por Direcção-Geral das Artes/Ministério da Cultura

 

In Uma Vaca Flatterzunge the composer makes satirical use of comic opera by trivializing the dialogues and solos of ‘serious’ opera. The characters are part of a strange imaginary world – socio-musical symbols caught up in a satirical, corrupt, bizarre and ironic world.
For this performance Rui Chafes has created a singular sculpture – a vagina-rock which floats mysteriously above the stage like an alien object. Ana Borralho and João Galante are responsible for the choreography, and costumes and jewellery are by Ilsa D'Orzac.
Uma Vaca Flatterzunge is a musical/performance art work of creative movement and humour. A delightful show that is full of life and absurdity.