Após um ano intenso de espectáculos, com lotações esgotadas em Portugal e no estrangeiro e o aplauso unânime de espectadores e jornalistas, Zoetrope regressa ao palco da Culturgest onde foi feita a gravação do DVD que é agora apresentado.
Zoetrope é um espectáculo total que pode ser visto como uma performance multimédia, como um concerto encenado ou como uma produção coreográfica. Tanto faz, fica mesmo ao critério de cada um. Porque na era das confusões categoriais importa pouco ficarmos limitados pelas definições. Uma banda de pop electrónica quis desafiar-se e fazer um projecto diferente, sendo dirigida por um coreógrafo, que trabalha com vídeo e multimédia.
Quantos frames por segundo? Este espectáculo trabalha com percepções e baralha-nos propositadamente: a ilusão retiniana descoberta por Muybridge (1830-1904) e montada num brinquedo chamado Zoetrope é o ponto de partida para uma viagem acelerada por ambiências espaciais, realidades alternativas, fantasias equestres e um compêndio de história da tecnologia. Porque na arqueologia do multimédia está a imagem animada, e porque hoje já não vivemos sem extensões do olhar, próteses que alargam a percepção e nos permitem ir ao micro e ao macro. Três ecrãs são preenchidos de informação visual que formam um invólucro em torno do espaço cénico ocupado pela banda, que além de Flak, C.Morg e Cláudia Efe, a vocalista, conta ainda com a colaboração de Francisco Rebelo.
A cada uma das canções corresponde um efeito gráfico diferente: “A riqueza gráfica está cá por causa da música deles, nada é por acaso. Não é uma coisa para encher o olho. A estética do multimédia unifica o espectáculo”, justifica Rui Horta. “Propuseram-nos este projecto, que é exactamente o tipo de coisa que nos obriga a questionar, a trabalhar coisas novas... E, provavelmente, haverá muita gente à espera de ver dança e bailarinos, esta foi a primeira luta! As pessoas perguntavam: quem são os performers? Qual é o trabalho do Rui? Não me interessavam os processos habituais. Interessava-me trabalhar com a banda, com a visão de coreógrafo, e fazer o envolvimento do espectáculo. Fizemos um espectáculo de música, mas percebe-se que tem uma construção diferente, com marcações para os músicos e com uma direcção geral da acção a que podemos chamar encenação. E que é, ao mesmo tempo, uma banda a dar um concerto.”
*Baseado no texto de Mónica Guerreiro para o programa do espectáculo
Concepção Cénica, direcção artística, desenho de luz e multimédia Rui Horta
Música original Micro Audio Waves
Realização e edição vídeo Edgar Alberto
Motion graphics Guilherme Martins
Programação multimédia Rui Madeira
Figurinos Ricardo Preto
Interpretação
Micro Audio Waves: Cláudia Efe, voz; C.Morg, programações, teclados; Flak, guitarra, teclados, programações + Francisco Rebelo, baixo, programações
Direcção técnica e operação de vídeo Luís Bombico
Operação de luz Paulo Alface
Operação de som Filipe Lourenço
Roadie Hugo Santos
Co-produtores Culturgest, Lisboa; Espaço do Tempo, Montemor-o-Novo; Laboral Escena, Gijon; Teatro Nacional São João, Porto; Teatro Virgínia, Torres Novas
Apoio Embaixada de Portugal em Moscovo, Instituto Camões Apoio logístico Europcar, Moraudio
Produção executiva Lado B
After a year of sell-out shows in Portugal and abroad to the unanimous acclaim of fans and journalists, Zoetrope returns to the Culturgest stage.
Zoetrope is a total show that can be viewed as a multimedia performance, a staged concert or a choreographic production: an electronic pop band that wanted the challenge of doing something different. The show is deliberately confusing. Muybridge’s toy, the Zoetrope, is the point of departure for a trip through special ambiences, alternative realities and technology. Three screens are filled with visual information, surrounding the band on stage, each song having its own graphic effect. It is a band giving a performance, but in a very different way.
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