Composto em grande parte por objectos, esculturas e fotografias, o trabalho de Koenraad Dedobbeleer (Halle, Bélgica, 1975) procede de uma atenta observação da realidade urbana, da arquitectura e de objectos funcionais, mas também dos espaços expositivos e das convenções que presidem à apresentação da arte. O artista apropria-se de formas e objectos que encontra, submetendo-os a transformações, por vezes mínimas, através dos materiais que emprega na sua recriação, da associação a outros objectos e formas, de alterações de escala ou da utilização da cor. Mesmo quando os modelos apropriados se mantêm reconhecíveis, os diferentes modos de manipulação e descontextualização (entre os quais se conta a judiciosa inscrição das obras no contexto expositivo) conferem às suas obras uma qualidade eminentemente abstracta. Como esta exposição deixa transparecer, quer a consideração dos protocolos e dispositivos de exposição, quer a atenção à apresentação contingente e provisória das obras constituem dimensões fundamentais da sua prática artística. Reunindo mais de cinquenta peças realizadas desde 2003, esta é a mais extensa e complexa apresentação do trabalho de Dedobbeleer até hoje. Entre as suas exposições individuais nos últimos anos, salientam-se as que realizou na Georg Kragl Box (Viena, 2005), no Museum Abteiberg (Mönchengladbach, 2007), na Galerie Micheline Szwajcer (Antuérpia, 2007 e 2008), na Galerie Mai 36 (Zurique, 2008), na Galeria Carreras Múgica (Bilbao, 2009) e no Museum Haus Esters (Krefeld, 2009), esta última enquanto vencedor do Prémio Mies van der Rohe. São frequentes os projectos expositivos desenvolvidos em colaboração com outros artistas, entre os quais Anne Daems, Kristof van Gestel, Rita McBride e Asier Mendizabal. Em conjunto com o arquitecto Kris Kempe, publica o fanzine UP, cada número do qual incide sobre um ícone, não raramente pouco conhecido, da arquitectura.