O grupo d’ores et déjà, constituído em 2002 por jovens actores com
um espírito comum de pesquisa, trabalha colectivamente sobre textos
– de Mayenburg a Brecht – ou experimenta, sem peça prévia, uma escrita
cénica fundada no empenho individual dos actores.
Criação colectiva para nove actores e seis técnicos, Notre terreur
foi um dos espectáculos mais marcantes do último Festival de Outono
em Paris. Interroga a queda de Robespierre, a sua morte, o seu último
dia. O que é o período da Revolução Francesa conhecido por Terror? Que
sulco deixa no nosso presente o ideal de democracia e pureza dos homens
de 1793? Como olhamos para esta “cena primitiva” da lenda revolucionária?
Terá ela um futuro? Este espectáculo tem como paisagem em ruínas a aldeia
global; como ponto de vista, a provocação; como situação, a entrada
da humanidade numa crise do capitalismo; como experiência do público,
lutas sociais gigantescas; como fontes, enfim, os processos verbais
das sessões da Convenção Nacional, historiadores do século XIX, poetas
do século XX – Bertolt Brecht e Heiner Müller – e os espectros do futuro.
A primeira hora é siderante de evidência. (…) a força e a inteligência
colectiva do grupo reunido em torno de Creuzevault são a marca das grandes
aventuras.
René Solis, Libération, 22 de Setembro
de 2009
(…) um espectáculo que dá que pensar, sem peso nenhum, já que é
transportado por uma verdadeira inteligência do teatro – quer dizer,
lúdica – e dos seus poderes específicos.
Fabienne Darge, Le Monde, 23 de Setembro
de 2009