Os desenhos, pinturas e fotografias de Nasreen Mohamedi (Karachi, 1937-Baroda, 1990), produzidos entre o princípio da década de 1960 e o final da década de 1980, constituem um corpo de trabalho fundamental dentro do cânone modernista. Esta é a primeira exposição individual de Nasreen Mohamedi na Europa e uma das suas primeiras na cena internacional. Nela se juntam pela primeira vez desenhos, pinturas e fotografias raramente vistos com material de arquivo único proveniente do seu atelier.
Mohamedi estudou em Londres e Paris durante o final dos anos de 1950 e o princípio dos anos de 1960, tendo regressado à Índia para ensinar na Faculdade de Belas-Artes em Baroda. Numa perspectiva de história de arte, a prática de Mohamedi pode ser vista em relação com uma geração precedente de artistas abstractos da Índia, como V.S. Gaitonde, e com as obras sobre papel de Agnes Martin ou, através da sua invocação da abstracção utópica, com Kazimir Malevich e os Suprematistas. Os seus desenhos a partir do final da década de 1970, ao mesmo tempo que tendem para o resolutamente abstracto, convocam referências culturais que se tornam explícitas nas suas fotografias, nas quais a arquitectura histórica sugere uma ligação estética tanto ao modernismo quanto à herança islâmica. Nos seus diários, mantidos durante um período de trinta anos, as intervenções textuais e gráficas também dão conta das estreitas ligações entre a sua vida interior e a sua prática como artista.
Iniciada pelo Office for Contemporary Art Norway em 2009, a exposição foi desde então apresentada na Lunds Konsthall na Suécia, na Milton Keynes Gallery no Reino Unido e na Kunsthalle Basel na Suíça. Em Lisboa, é organizada pelo Office for Contemporary Art Norway, agora em colaboração com a Culturgest.