Encenação Mónica Calle Com Ana Ribeiro, Mónica Calle e Mónica Garnel
e André Casaca, Hélder Miguel, Luís Afonso, Luís Graça, Mário Boss, Mauro Santos, Nelson, Reinaldo Duarte, Renê Vidal, Rocha e Simão Fortes
e Alexandra Viveiros, Ana Água, Ana Eliseu, Ana Gil, Ana Isabel Augusto, Ana Santos, Ana Teresa Santos, Andreya Silva, Cárina Andrónico, Carla Sofia, Catarina Félix, Cátia Terrinca, Celeste Baptista, Célia Jorge, Constança Carvalho Homem, Dadá, Diana Alves, Francisca Faleiro Calle, Goreti Mourão, Inês Vaz, Iolanda Laranjeiro, Joana de Matos Estrela, Joana de Verona, Joana G Saraiva, Joana Sapinho, Laura Frederico, Lydie Bárbara, Mariana Queiroz, Marina Pascoal, Marta Branquinho, Mónica Carrusca, Mónica Samões, Myriam Santos, Paula Coelho, Rafaela Trigo, Raquel Castro, Rita Miranda, Rute Miranda, Sabrina Marques, Sandra Hung, Sara de Amorim, Sara Duarte, Sofia Dinger, Sofia Seno, Sofia Vitória, Stéphanie Fonseca, Susana Oliveira, Tânia Alves e Vânia Rodrigues
Tradução Aníbal Fernandes Luz e espaço cénico Mónica Calle
Vídeo Patrícia Saramago Fotografia Bruno Simão
Assistência de encenação Rute Cardoso Direcção de produção Alexandra Gaspar Agradecimentos à mãe e ao pai, Amândio Pinheiro, Aníbal Fernandes, António Duarte, August Strindberg, Carla Faria, Christian Carlsson, Eglantina Monteiro, Francisco Palma Dias (pelas beldroegas, a receita do confitado e as histórias e o alerta), Francisco Rocha, João Mais, José Miguel Vitorino, José Sequeira, Manuel Rosa, Natália Gonçalves, Yvonne Metello
e Francisca, Luís, Laura, Beatriz, Vera, Ana e Maria
Horácio Fernandes e toda a equipa técnica da Culturgest
Co-produção Casa Conveniente / Culturgest
Residência artística www.companhiadasculturas.com
Apoios Assírio & Alvim, Companhia das Culturas, Divisão de Limpeza Urbana da CML, Embaixada da Suécia, Instituto Superior de Agronomia da UTL, Vintageffect
A Casa Conveniente é uma estrutura financiada pela DGArtes/Ministério da Cultura
Mónica Calle, de regresso à Culturgest depois de em 2005 aqui ter apresentado Julieta – cartas fragmentárias a um amor perdido, constrói agora um espectáculo a partir de Inferno do dramaturgo sueco August Strindberg, texto autobiográfico escrito em francês entre 1896 e 1897. Aqui fica um excerto:
Chegou a primavera. Sinto uma tristeza de morte mas o riso alegre das raparigas que brincam, invisíveis, debaixo das árvores, toca-me o coração e desperta-me para a vida. E a vida corre, e a velhice aproxima-se; mulher, filhos, lar, tudo foi devastado. Outono por dentro, Primavera por fora. O livro de Job e as Lamentações de Jeremias consolam-me porque ao menos existe uma analogia entre o meu destino e o de Job. Não sofro, também eu, de uma úlcera incurável? Não sucumbi à pobreza, não fui abandonado pelos amigos? “Vou caminhando, queimado, mas não do sol; transformei-me num irmão dos dragões e companheiro das corujas. A pele do meu corpo fez-se negra e tenho os ossos ressequidos pelo ardor que me consome. Por isso o meu canto degenerou em lamentos e os meus órgãos emitem sons lúgubres.” Isto é Job. A Jeremias bastam duas palavras para exprimir o abismo da minha tristeza: “Quase que esqueci o que é a felicidade!”
Mónica Calle’s show is based on August Strindberg’s Inferno, an autobiographical text written in French between 1896 and 1897.
An excerpt:
“Spring has begun.
“I feel a death-like sadness, but the joyous laugh of the girls playing unseen under the trees touches my heart and awakens me to life. Life is flashing by and old age approaches; wife, children, home, all have been devastated. Autumn inside, Spring outside. The Book of Job and the Lamentations of Jeremiah console me, because at least there is an analogy between my fate and Job’s. Do I not also suffer from an incurable ulcer? Did I not succumb to poverty; was I not abandoned by my friends?
“(...) As Jeremiah said: ‘I have almost forgotten what happiness is!’”