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2010


Final de Rascunho
Sérgio Godinho
destaque
© Reinaldo Rodrigues
MÚSICA
SEX 26, SÁB 27, DOM 28
DE NOVEMBRO
Grande Auditório
21h30 · Duração aprox. 1h30
M12 · 20 Euros · Jovens até aos 30 anos: 5 Euros
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Na evolução de um processo criativo, há um momento em que, depois de muito rasurar e corrigir e melhorar, se descobre que se chegou ao final do rascunho, ou seja, está-se quase com a canção “fechada”. Fechada porque tomou enfim uma forma satisfatória, e aqui pressupõe-se um grau de exigência que nos satisfaça e nos contente.
Mesmo sabendo que até aos dias da gravação estará tudo sempre e ainda em aberto.
Achei que valia a pena partilhar com as pessoas, em primeiríssima mão, algumas dessas canções. Cantando-as e tocando-as, e conversando sobre a sua génese, a sua feitura, dos primeiros acordes ao final de rascunho.
E agregar às canções três ou quatro poemas d’O Sangue Por Um Fio*, que tem temáticas de certo modo vizinhas, embora muito diferentes na forma.
E ainda, ampliando essa maneira de “mostrar”, incorporar no concerto outras canções das minhas várias décadas (ena!), em versões necessariamente diferentes, e falar também delas e dos seus porquês.
Será um concerto com muitas palavras e muita música, encenado e espontâneo, construído e imprevisível.
Terá uma imagem própria, e imagens a iluminarem toda a viagem.
Os músicos que me acompanham farão parte dela também. Em duo trio quarteto banda-toda. Iremos trocar ideias de “como melhor fazer”, eles que pensam de maneira complementar da minha.
Falou-se várias vezes aqui de contradições, e ainda bem.
É nesses contrastes e nessas convergências que se constrói a matéria em movimento, e as regras inventadas da matéria em movimento.
Final de rascunho.
Sérgio Godinho, Junho 2010

 

* O Sangue Por Um Fio – Poemas, ed. Assírio & Alvim, 2009

In the creative process there comes a time when after much erasing, correcting and improving you realize that you almost have a complete song, even though nothing is settled until it is recorded. I wanted to share some of my songs at first hand: singing and playing them, and talking about how they came about, from the first chords to the final version, plus three or four poems on similar subjects, although very diverse in form. I also decided to include alternative versions of other songs, explaining why they differ so much. It will be a concert with plenty of talking and plenty of music – staged and spontaneous, constructed and unpredictable, in which I will bounce ideas back and forth with the other musicians.