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2010


Chris Marker,
Memórias dos Tempos
Comissário: Augusto M. Seabra
destaque
La jetée, 1962 © Argos Films
CINEMA
DE QUI 2 A SEG 6
DE DEZEMBRO
Pequeno Auditório
3,5 Euros (preço único)
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21 790 51 55
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Chris Marker é um dos maiores cineastas vivos e mesmo um dos maiores da história da arte cinematográfica. Ao longo de quase seis décadas, Marker realizou dezenas de filmes e obras para televisão, curtas e curtíssimas, médias e longas e longuíssimas metragens, documentários e ficções. Viajante incessante é também o mais “invisível” dos cineastas, famoso por nunca dar entrevistas ou fazer aparições públicas.
O seu amigo e cúmplice Alain Resnais disse: “Creio que se deve a Marker a introdução no cinema da forma do ensaio”. Já nos anos 50, de resto, André Bazin tinha tido a intuição: “Para ele o comentário de um filme não é o que se acrescenta à imagem mas quase o elemento primeiro, fundamental”. Cineasta profundamente “empenhado” acompanhando as lutas políticas ao longo do tempo e dos espaços (e há breves imagens de Portugal no imediato pós-25 de Abril em Le Fond de l’air est rouge e Sans Soleil), Marker foi elaborando a memória destes tempos. E no entanto os seus filmes não são estritamente do real imediato, do cinema como “janela aberta para o mundo” mas um processo de montagem, retomando a tradição dos soviéticos dos anos 20. Na montagem não há um tempo único mas vários estratos, o passado e o presente como também o futuro: no famoso La Jetée, feito com planos fixos, a memória de infância da personagem principal é afinal a sua própria morte. O cinema torna-se tempos, no plural. Como assinalou Raymond Bellour, Marker dá a ver que a característica maior do cinema não é tanto o movimento como o tempo. E isto na ficção científica de La Jetée ou Level 5 como nas memórias dos acontecimentos.
Há autores que reinventam o cinema e Chris Marker é certamente um deles.
Augusto M. Seabra

 

 

Quinta-feira 2
21h30
Les Statues meurent aussi
(co-realização de Alain Resnais e Chris Marker), 1952, 30’;
Versão francesa com legendas em português
La jetée, 1962, 28’
Versão francesa com legendas em português

 

Sexta-feira 3
18h30
Description d’un Combat, 1960, 56’;
Versão francesa com legendas em português
L’Ambassade, 1973, 20’
Versão francesa com legendas em português
21h30

Slon Tango, 1993, 4’
Chats Perchés, 2004, 58’

 

Sábado 4
15h30

AK Portrait d’Akira Kurosawa, 1985, 1h15
Falado em francês e inglês

18h30

Une journée d’Andrei Arsenevitch, 2000, 55’
Versão francesa com legendas em inglês

21h30

Le tombeau d’Alexandre, 1992, 1h44
Versão francesa com legendas em inglês

 

Domingo 5
15h30

Le fond de l’air est rouge parte I: Les mains fragiles, 1977, 1h30
Versão francesa com legendas em português
18h30

Le fond de l’air est rouge parte II: Les mains coupées, 1977, 1h30
Versão francesa com legendas em português
21h30

Level 5, 1997, 1h45
Versão francesa com legendas em português

 

Segunda-feira 6
21h30

Sans soleil, 1983, 1h50
Versão francesa com legendas em português

Chris Marker is one of the greatest film-makers of all time. In almost 60 years he has made dozens of TV films, shorts, medium-length and feature films, documentaries and fiction. He is also known for never giving interviews or making public appearances.
An extremely committed film-maker, he has documented political struggles over the years, including brief images of Portugal after the 1974 revolution in Le Fond de l’air est rouge and Sans Soleil. And yet his films are not strictly about immediate reality, but rather a montage of past, present and future. Raymond Bellour has said that Marker shows that the main characteristic of films is not so much movement as time. He is somebody who has re-invented cinema.