Arquivo


CONFERÊNCIAS · Terças-feiras 5, 12, 19, 26 de janeiro de 2010
18h30 · Pequeno Auditório

Nos bastidores da ópera
Por Paolo Pinamonti


Hanjo, ópera de Toshio Hosokawa © Elisabeth Carecchio

Documentação (pdf)
5 de Janeiro
12 de Janeiro
19 de Janeiro
26 de Janeiro

* Levantamento de senha de acesso 30 minutos antes do início da sessão, no limite dos lugares disponíveis.
Máximo: 2 senhas por pessoa.)

No ciclo de conferências do ano passado fiz uma rápida viagem através dos vários significados que a opera in musica assumiu no curso da sua larga história. Procurei definir a especificidade de uma forma de teatro no qual as personagens, em vez de falar, cantam, cantam entre elas e cantam também quando reflectem consigo próprias, a sós; analisaram-se as complicadas relações entre palavra e música, entre os libretos e a partitura musical; tentou definir-se a particular capacidade narrativa de uma ópera entre imitação e narração. Agora, no ciclo intitulado Nos bastidores da ópera, a ideia é a de entrar na oficina do teatro musical, enfrentando específicos temas deste fascinante mundo, o mundo da ópera lírica que, apesar do recorrente tema de uma crise que desde sempre o acompanha, manteve e mantém uma grande vitalidade.
“Canto, afecto, personagem” é o título da primeira conferência onde veremos como se irá definir a ideia moderna de personagem desde a retórica dos afectos até à coerência e à diferenciação dos diferentes papéis operáticos. Mozart e o seu teatro musical serão um capítulo importante desta história. Na segunda conferência, “A Literaturoper, quando desaparece o libretista” lidar-se-á com as consequências dramatúrgicas da assunção de um texto literário, não pensado para o teatro lírico, como texto cantado de uma ópera, desde o Boris Godunov de Mussorgsky e as suas diferentes versões até Die Soldaten de Zimmermann. Um dos temas mais debatidos na polémica operática de hoje em dia é a questão das ‘modernas’ encenações líricas que se vêem em todos os teatros europeus. Qual é o papel do encenador? Qual é a sua história? Podem definir-se limites ao seu trabalho? São algumas das perguntas às quais tentaremos dar uma resposta na terceira conferência. Na última palestra tentar-se-á analisar os diferentes modelos produtivos dos teatros europeus, os seus prós e os seus contras, com uma possível olhada para o futuro.
Paolo Pinamonti

Paolo Pinamonti (1958) é professor na Universidade Ca’Foscari de Veneza, foi Director Artístico do Teatro la Fenice de Veneza e Director do Teatro Nacional de São Carlos. É Director Artístico do Festival Mozart na Corunha.

 

5 de Janeiro
Canto, afecto, personagem

12 de Janeiro
A Literaturoper, quando desaparece o libretista

19 de Janeiro
O ‘teatro de encenação’, existe ou não uma tradição na encenação da ópera lírica?

26 de Janeiro
Teatro de repertório, teatro a stagione, festival: qual o futuro do teatro lírico?

In this year’s talks I go behind the scenes to examine specific operatic themes. The first talk looks at the modern idea of character. Mozart plays an important part in the story. The second deals with the dramatic consequences of taking a literary text not intended for lyric theatre, such as Mussorgsky’s Boris Godunov or Zimmermann’s Die Soldaten. The third asks whether there is a production tradition for opera, given today’s controversy over “modern” productions. Lastly, I shall look at the different European production models, with a possible eye to the future.

Paolo Pinamonti is now the artistic director of the Mozart Festival in La Coruña, Spain.