“Solo Show não foi buscar inspiração ao circo (…) mas às tendas que eram colocadas ao redor do circo no tempo dos espectáculos dos Barnum (…). Nessas tendas ao lado exibiam-se prodígios, aberrações e animais esquecidos por Noé. ‘A vaca de cinco patas’, ‘o porco com duas cabeças’, ‘a cabra de um só corno’. Criaturas para apenas serem mostradas, porque não tinham outros talentos.
Solo Show é também uma criatura de duas cabeças, dividida por um interlúdio burlesco – 15 minutos de ilusionismo. (…)
Na primeira parte as atracções espelham o interior do homem. Toda a sua alma emerge na sua cara, tornando-o um monstro, como todas as criaturas múltiplas que são três coisas numa, mas nenhuma das três. (…)
A segunda parte é o tempo de aparecerem as atracções que estavam representadas no cenário que é içado no intervalo: ‘o peixe gelatinoso’, o ‘polvo apaixonado’, ‘a sereia dos abismos’, ‘o Minotauro’. (…)
Chama-se Solo Show porque vamos ter que lidar com ele sozinhos, segurando-nos bem, tanto no palco como na plateia. E também porque, afinal, é apenas um espectáculo.”
Extractos de um texto sobre o show escrito pelo próprio Vinicio Capossela
Capossela esteve na Culturgest, num espectáculo memorável que esgotou o Grande Auditório, em Novembro de 2007. Volta com o seu novo trabalho, um espectáculo musical circense, porventura ainda mais belo e fantástico que o anterior, com música do seu último CD, Da Solo (Outubro de 2008). Solo Show já foi apresentado, com enorme sucesso (em seis meses, entre 2008 e 2009, foi visto por mais de 100 000 espectadores), em Itália, na Suíça, na Bélgica, em França, na Alemanha, no Luxemburgo, na Grã-Bretanha, em Espanha. No final de 2009 foi editado um conjunto DVD+CD intitulado Solo Show Alive.