Nascido em Etiópia, no Alentejo, em 1961, o saxofonista e compositor
Carlos Martins começou por estudar música e clarinete na Banda Filarmónica
de Grândola, a partir dos 14 anos de idade. Tendo ingressado mais
tarde nos cursos de saxofone e composição do Conservatório Nacional
(Lisboa), estudou ainda na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal,
onde também foi docente. Desenvolvendo a sua carreira na área do
jazz, em que tocou ao lado de inúmeros músicos portugueses e estrangeiros,
Carlos Martins está também ligado à composição para o cinema e para
o bailado, mantendo uma forte ligação à música erudita, domínios
em que colaborou com Constança Capdeville, Álvaro Salazar, João
Paulo Santos e os coreógrafos Rui Horta e Vera Mantero.
Quanto à sua actividade no jazz e em relação a este projecto, segundo
as próprias palavras de Carlos Martins: “Ser músico de jazz é ter
confiança no acaso. É aceitar a disciplina necessária para manusear
o instrumento como se domina uma linguagem. É acreditar no erro
como fonte de inspiração. É compreender o outro e aceitá-lo. É um
diálogo permanente, sem palavras, do som e das cores que pintam
os estados de espírito. É mesmo inventar esses estados em conjunto,
libertando-nos do eu, sendo assim cada um mais o que realmente é.
Como um quinteto a solo neste projecto, respiramos o mesmo ar e
acertamos os nossos gestos e sonoridades fingindo o que deveras
somos, um conjunto de impressões e solidões partilhadas. E fazemos
disso a música que produzimos; e se a música gostar de nós faz-nos
ser outras pessoas, com mais alegria. Trocamos identidades para
dar à música o que tanto desejamos: a liberdade."
Saxofone Tenor Carlos Martins
Piano Bernardo Sassetti
Guitarra André Fernandes
Contrabaixo e baixo eléctrico Nelson Cascais
Bateria Alexandre Frazão
Born in Portugal in 1961, saxophonist and composer
Carlos Martins began studying music and clarinet at 14. Later he
studied at Lisbon’s National Conservatory and at the Hot Clube de
Portugal’s jazz school. As well as jazz, he has composed for film
and dance, and maintains close links with classical music.
With regard to jazz, and this project, he says that being a jazz
musician means trusting to chance. It means accepting the discipline
needed to handle an instrument like a language. It means believing
in mistakes as a source of inspiration. It means understanding and
accepting others. It is an ongoing wordless dialogue of sound and
colours painted by one’s state of mind. That is the spirit behind
his group.
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