O cantor e guitarrista Josh White (1914-1969) assume importante papel na história dos blues por três particulares motivos: em primeiro lugar, o seu talento como cantor e a sua criatividade enquanto guitarrista, responsável por um estilo que viria a influenciar decisivamente gerações de músicos; em segundo, a partir do início dos anos 30, White foi dos primeiros músicos afro-americanos a conquistarem projecção junto do público branco participando em filmes, espectáculos da Broadway e na rádio; em terceiro, White protagonizou das primeiras colaborações entre músicos negros e brancos ao ligar-se ao grupo reunido em torno da editora Folkways e onde se destacavam figuras como Pete Seeger, Woody Guthrie, os Lomax.
A sua participação na intervenção política deste grupo, especialmente no período do New Deal de Roosevelt (de quem foi amigo pessoal) e da II Guerra, levaram-no às malhas da «caça às bruxas» do senador McCarthy. Contrariando o conselho de amigos igualmente perseguidos – nomeadamente o cantor Paul Robeson – White acedeu a testemunhar perante a Comissão de Actividades Anti-americanas o que o levou a ser criticado à esquerda pelo que era considerada uma cedência, sem que tal tenha impedido de ser colocado na lista negra e ver a sua carreira cortada pelo ostracismo das editoras e produtores, que só teve fim em 1963, com o convite do presidente John Kennedy para com ele participar num programa da CBS sobre os direitos cívicos.
A vida e obra de Josh White será contada com a projecção de documentários e registos de concertos especialmente cedidos para o Hootenanny por seu filho, o cantor Josh White Jr. que os comentará e ilustrará musicalmente.
Singer and guitarist Josh White (1914-1969) holds an important place in the history of the blues for three reasons: firstly his talent as a singer and creativity as a guitarist; secondly he was one of the first black Americans to succeed with white audiences; and thirdly he was a pioneer in early collaboration between black and white musicians in a group based at the Folkways record company.
His involvement in the group’s political activities saw him caught up in McCarthy’s witch hunt. He testified before the Un-American Activities Committee but was still blacklisted until 1963. His life and work will be told via documentaries and concert recordings loaned by his son Josh Jr., who will provide commentaries.
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