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Teatro · Quinta 21, Sexta 22 e Sábado 23 de janeiro de 2010
21h30 · Palco do Grande Auditório· Duração 1h20

LIGA
50% reward & 50% punishment
50% recompensa & 50% castigo

Um espectáculo de Kassys


© AX710

Folha de Sala (pdf)

Espectáculo ao vivo em inglês; filme em neerlandês com legendas em inglês

Classificação: M/12

LIGA começa pelo fim. Num vídeo vemos como os altos e baixos do recém-terminado espectáculo são revividos pelos actores que entusiasticamente se felicitam e consolam uns aos outros. De modo profissional, ocultam-se as experiências negativas e negam-se as desilusões.
Segue-se o espectáculo ao vivo. Recuamos no tempo. Neste “flashback ao vivo”, observamos cinco personagens: são jovens e facilmente influenciáveis, a necessidade humana de aceitação torna-as susceptíveis de manipulação. Rapidamente aprendem a agradar e a “fazer de conta”. E são bem-sucedidas – mas isso já tínhamos visto no vídeo.

Kassys é uma iniciativa teatral de Liesbeth Gritter e Mette van der Sijs, sediada em Amesterdão e fundada em 1999. Fazem espectáculos que combinam teatro e cinema, (ab)usando (d)os códigos destes meios e colocando-os lado a lado.
Num equilíbrio precário de imaginação, ficção e realidade (representada), Kassys exibe a beleza do sucesso e fracasso humanos. O mecanismo do comportamento humano é fonte de interminável inspiração. Submetem-se a espontaneidade aprendida, a falta de vergonha e a obediência a uma observação precisa. As diferenças e semelhanças entre “sermos nós próprios” e “fazermos de conta” são anatomizadas e dolorosamente exibidas. O que sobra é uma representação desencantada onde pessoas normais tentam lidar com situações extraordinárias e desconfortáveis. Auto-irrisão, humor, reconhecimento, olho para o detalhe e voyeurismo são conceitos que se aplicam ao trabalho de Kassys.

Cada um dos actores aperfeiçoou a arte de ser falsamente espontâneo e deliberadamente desajeitado. Os relances furtivos e os gestos postos e repostos em causa conduzem-nos inelutavelmente à ideia de que “representar de forma natural” – em cena ou no grande teatro do mundo – é não só um fardo opressivo mas uma contradição nos termos.
Christopher Grobe
The Village Voice, 13 de Janeiro de 2009

Actores Thijs Bloothoofd, Harm van Geel, Esther Snelder, Marc Stoffels e Willemijn Zevenhuijzen
Encenadora, actriz Liesbeth Gritter
Coordenação, assistência de encenação Mette van der Sijs
Técnico, actor Klaas Paradies
Estreia Novembro de 2006

 

LIGA starts with the end. On a video we see how the highs and lows of the just-completed performance are re-lived as the actors enthusiastically congratulate and console each other. In a professional manner the negative experiences are being stashed away and disappointments denied. The live show follows. We go back in time. In this “live flash back” we observe five characters: they’re young and easily influenced, the human need to conform makes them susceptible to manipulation. With rapid speed they learn how to please and how “to pretend.” And they succeed – but we had already seen that in the video.
Kassys (Amsterdam) makes shows in which theater and film are combined. Balancing on a thin line of imagination, fiction and (acted) reality, Kassys displays the beauty of human success and failure. The differences and the similarities of “being yourself” and “pretending” are anatomized and painfully displayed. What’s left over is a disillusioned representation in which ordinary people try to cope in extraordinary and uncomfortable situations.