No mundo de ontem, reconhecia-se na Guerra um estado de excepção. Na sua representação clássica, o conflito definia-se pela encenação de um conjunto de rituais que organizavam, no espaço e no tempo, o exercício da violência. No mundo de hoje, as convenções, que presidiam a esta modelação dos conflitos, dissolveram-se.
Hoje, a excepção diluiu-se numa permanência. E os “teatros de guerra”, abandonando as convenções e os modelos do passado, instalaram-se, de forma difusa, na sociedade global. Aos antigos protagonistas, juntaram-se agora muitos outros vindos sobretudo da economia, dos media e das tecnologias.
O objectivo deste ciclo de conferências é reflectir sobre alguns dos “teatros de guerra” que marcam a nossa contemporaneidade e tentar, de modo prospectivo, avaliar as suas possíveis evoluções.
Na primeira conferência, Fernando Ilharco, caracterizando a vivência moderna como pós-ocidental, pós-democrática e pós-literária, irá abordar estes conceitos enquanto elementos estruturantes do mundo sem centro no qual hoje vivemos.
Sendo os media o palco privilegiado de uma guerra da percepção onde todos os actores, individuais e colectivos, procuram actualmente um posicionamento estratégico, é natural que os media se afirmem como um dos principais “teatros de guerra” da modernidade. António Granado irá, na segunda conferência deste ciclo, abordar as implicações daí decorrentes.
Nas duas últimas conferências, Mário Baptista Coelho e Viriato Soromenho-Marques procurarão analisar os desafios (e os conflitos) que, num mundo que terá, em breve, nove mil milhões de habitantes, se colocarão em termos energéticos e ambientais, à espécie humana.
5 de Abril
Fernando Ilharco
Um mundo sem centro, pós-ocidental, pós-democrático e pós-literário
12 de Abril
António Granado
Os media em estado de guerra
19 de Abril
Mário Baptista Coelho
Guerras e crises globais de energia – a transição em curso para novos modelos e novos mix energéticos mais sustentáveis
26 de Abril
Viriato Soromenho-Marques
A crise global do ambiente e as novas fronteiras da paz e da guerra