Coreografia Boris Charmatz Interpretação Eleanor Bauer, Nuno Bizarro, Matthieu Burner, Olga Dukhovnaya, Julien Gallée-Ferré, Lénio Kaklea, Maud Le Pladec, Thierry Micouin, Mani A. Mungai e um grupo de crianças de Rennes Luzes Yves Godin Som Olivier Renouf Maquinaria Artefact, Frédéric Vannieuwenhuyse, Alexandre Diaz Gaita-de-foles Erwan Keravec Assistente Julien Jeanne Figurinos Laure Fonvieille Trabalho de voz Dalila Khatir Software para criação de sons Luccio Stiz Direcção técnica Antoine Guilloux Direcção de cena Max Potiron Produção Musée de la danse / Centre chorégraphique national de Rennes et de Bretagne Co-produção Festival d’Avignon, Théâtre de la Ville-Paris, Festival d’Automne à Paris, Internationales Sommerfestival Hamburg e Siemens Stiftung no âmbito de SCHAUPLÄTZE, Théâtre National de Bretagne (Rennes), La Bâtie-Festival de Genève, Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas) Agradecimentos Or Avishay, Pierre Mathiaut, Almamy Condé, Julia Cima, Raimund Hoghe Estreia 7 de Julho de 2011 no Festival d’Avignon
A criança (enfant) como uma matéria maleável, frágil e incontrolável. Uma carga de real que perturba o equilíbrio da cena. Transportados, pousados no chão, manipulados pelos bailarinos, os corpos das crianças invadem o espaço, ampliam-no, esculpem-no. Das suas relações nasce um jogo de tensão e de relaxamento que conjuga a força da inércia com o processo de transformação. Desenrola-se um estranho ballet entorpecido em que se formam ilhotas, montes móveis; de que emergem encontros instáveis, morfologias híbridas – imagens suspensas entre o repouso, o sonho e a ronda… Progressivamente, as relações invertem-se, desfaz-se a fronteira entre grandes e pequenos, profissionais e amadores, animado e inanimado, dando lugar a uma massa em formação, um enxame impetuoso que arrasta tudo: invasão ou recreio – que devolve às crianças o seu lugar de desconhecido estético e político na equação da representação.
Gilles Amalvi
Boris Charmatz will work with nine dancers and a group of children. Manipulated by the dancers, the children’s bodies invade the space, expanding it and sculpting it. The relationship between them gives rise to a game of tension and relaxation, combining the force of inertia with the process of transformation. A strange, torpid ballet ensues in which tiny islands, movable mounds, are formed, resulting in images suspended between repose, dream and dance… Gradually, the roles are reversed and the frontier between big and small, professional and amateur, animate and inanimate, disappears.
Gilles Amalvi