Nasceu em Beja em 1975. Cresceu a ouvir o cante alentejano, mas muito menino, através dos discos da família, encantou-se com o fado que começou a cantar entre amigos e família. Mais crescido, fazia-o na Pousada dos Lóios, em Évora, e no Clube do Fado, em Alfama.
Seleccionado para integrar o musical Amália de Filipe La Féria, veio para Lisboa. Cantava e, sobretudo, ouvia cantar. Aprendia.
O seu primeiro disco, O mesmo fado (2002), foi um êxito e com ele começou a receber prémios e a fazer espectáculos. Seguiram-se mais três (Por meu cante, 2004, Outro sentido, 2007, Guia, 2010) e o sucesso nacional e internacional. Várias digressões pelo país, pela Europa, pelo Brasil (onde o seu espectáculo de 2009 foi considerado um dos dez melhores do ano pelo jornal Globo). Caetano Veloso elogia-o (“Quero ouvir mais, mais vezes, mais fundo (…), é de arrepiar e de fazer chorar”, escreveu no seu blogue), e outros grandes artistas brasileiros admiram-no, vão ouvi-lo cantar, colaboram em discos seus. Os dois últimos foram editados e distribuídos internacionalmente pela Harmonia Mundi.
Guia, o mais recente, foi considerado, por publicações portuguesas e estrangeiras, como um dos melhores discos do ano. Alguns dizem que aqui ele se afasta do fado. António não concorda, mas reconhece que lá estão evidentes as suas três maiores influências musicais: o cante alentejano, a música brasileira e o jazz. Mas também a música africana. E o fado está lá sempre. Por vezes de uma forma não óbvia. António Zambujo canta como mais ninguém.
Esta noite, para além de interpretar temas de Guia, traz consigo o Rancho de Cantadores da Aldeia Nova de São Bento. O retorno às origens. Um concerto muito especial.