Moderação Maria Filomena Molder
Jacques Rancière, A autonomia das imagens
Hans Belting, Acreditar nas imagens? O dilema das religiões
Comissariado João Francisco Figueira, Marta Mestre, Vítor da Silva
Colaboração Goethe-Institut Portugal, Ambassade de France au Portugal, Institut Franco-Portugais
Agradecimentos Dafne Editora, José Luís Neto
Houve uma profunda revolução no modo como nos situamos perante a imagem. Recentemente a imagem ainda desembocava na biografia do autor, ou em ideias como escola e tendência, subsistindo num espaço dividido entre belas artes, artes aplicadas e populares. A expansão da imagem impressa, a fotografia e a imagem em movimento, o desenvolvimento da arte moderna e contemporânea, o acesso generalizado ao museu e o encontro com culturas não-Ocidentais, revolucionaram de forma significativa a nossa percepção. As imagens tornaram-se rebeldes em relação às intenções dos seus autores e a fronteiras hierárquicas e disciplinares; passaram a mostrar o seu lado heterogéneo, anacrónico e contraditório.
O trabalho iniciado por intelectuais franceses de ’68 e prosseguido tanto em língua francesa como em alemão, entre outros idiomas, foi essencial para a assunção crítica da revolução da imagem.
Belting, Didi-Huberman e Rancière constituem autores centrais da crítica contemporânea da imagem. Efectivamente têm vindo a pensá-la em termos inovadores, explorando com grande liberdade e pertinência as suas relações com as mais diversas problemáticas, saberes, crenças e práticas. Porém, os objectos de estudo e as abordagens protagonizadas por estes autores são razoavelmente diferenciadas, oscilando entre o tratamento da imagem enquanto fenómeno molar, e as imagens na mais ampla extensão das suas expressões.
Por ocasião da publicação de traduções de suas obras, Rancière e Belting reúnem-se para exporem e debaterem a imagem e as imagens do seu pensamento.