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2012


JAZZ
Craig Taborn
 
destaque
© Rue Sakayama
QUA 26 DE SETEMBRO
Grande Auditório
21h30 · Duração: 1h30
18€ · Até aos 30 anos: 5€
M3
Piano Craig Taborn

Para alguém tão interessado pelos teclados eletrónicos, tem sido uma surpresa a mais recente dedicação de Craig Taborn ao piano, dedicação essa que, no álbum Avenging Angel (ECM, 2011), encontra o seu máximo expoente. O Craig Taborn solista é bem diferente daquele que ouvimos como sideman e à frente dos seus próprios grupos. Tudo se concentra na íntima relação física, mecânica e neurológica de um músico com o seu instrumento. São as propriedades deste que dão as pistas para os desenvolvimentos aplicados pelo executante. Sem uma partitura previamente estabelecida e sem qualquer estruturação intencionada, cada solo de Taborn é uma improvisação, mas uma improvisação que se desenrola composicionalmente, estruturando-se à medida que a atuação decorre. A improvisação é composta em tempo real: “Muito simplesmente, começo a tocar. Mas assim que começo, procuro relacionar tudo o que acontece, designadamente os motivos, os ritmos e as texturas, às ideias iniciais.” Em vez de continuamente avançar para novas situações, Craig Taborn explora até à exaustão os materiais que vão surgindo, desconstruindo-os e reconstruindo-os, derivando deles e a eles regressando, sem temer a repetição nem o caráter obsessivo deste trabalho. Craig Taborn nasceu em Golden Valley, no Minnesota. Estudou na University of Michigan, em Ann Arbor, na mesma altura em que teve a oportunidade de tocar com alguns músicos da cena de Detroit, como Marcus Belgrave, Harold McKinney e Kenny Cox. Depois de, durante alguns anos, ter colaborado com o saxofonista James Carter, teve como parceiros tanto figuras do mainstream do jazz como da vanguarda, incluindo Wadada Leo Smith, Steve Coleman, Tim Berne, Roscoe Mitchell, Drew Gress, Gerald Cleaver, William Parker, Bill Laswell, Mat Maneri, Marty Ehrlich, Bill Frisell, David Binney, Dave Douglas, Rudresh Manhattappa e Graham Haynes. O seu percurso tem passado, igualmente, por outros idiomas musicais, como, por exemplo, o grupo de eletrónica de dança Meat Beat Manifesto e a banda de noise-punk The Gang Font.

 

 

A delicadeza levada a novas alturas.

Steve Greanlee, Jazztimes

 

No centro do trabalho de Taborn está o fascínio pelo puro som.

Nate Chinen, New York Times / International Herald Tribune

 

O génio de Taborn (não há outra palavra) constrói um mundo de figuras murmuradas, de amplos espaços, de sonoras e vibrantes melodias, de ecos que se evaporam, de incandescentes cascatas contrapontísticas tão absorventes como se estivesse a tocar os maiores sucessos do bebop.

John Fordham, The Guardian

 

O problema esteve sempre em como capturar as coisas que eu ouvia, porque quando toco a solo estou mesmo a ouvir intensamente as subtis nuances do piano.

Craig Taborn em entrevista à Downbeat

For someone who is so fond of electronic keyboards, Craig Taborn’s more recent devotion to the piano has been quite surprising, reaching its peak on the album Avenging Angel. As a soloist, his music is completely different from when he plays in groups. Everything boils down to the close physical, mechanical and neurological relationship that he has with his instrument. Played without any score, each of his solos is an improvisation that finds its structure as the performance develops. He exhaustively explores the materials that appear before him, deconstructing and reconstructing them.