Mônica Salmaso esteve na Culturgest em outubro de 2001. Na altura com 28 anos, tinha gravado três CDs e recebido, entre outros, o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Vem agora depois de onze anos, quatro álbuns, extensas digressões e a confirmação de ser uma enorme artista, com o seu mais recente projeto, gravado em disco em 2011.
Como ela conta, acabada uma grande viagem pelo Brasil com um espetáculo em que só interpretava canções de Chico Buarque e era acompanhada pelo grupo Pau Brasil, “apareceu um convite para um show com formação reduzida. Eu e o Teco [seu marido, membro do Pau Brasil] pensamos em convidar o Nelson [também membro da mesma banda] e fazer este trio. Logo no primeiro ensaio, ao invés de adaptarmos os arranjos do repertório que estávamos fazendo por dois anos, novas músicas começaram a aparecer, resultado deste encontro”. As canções foram surgindo como numa descontraída e quente conversa de amigos – “Você lembra daquela? Aquela é mesmo legal!” – sem um plano ou uma orientação pré-estabelecida. Mônica continua: “Ao final de um ano com este trio fazendo shows esporádicos, eu percebi que este trabalho resumia a expressão ‘Alma Lírica Brasileira’ que eu sempre escutei sobre o meu trabalho desde que comecei. Percebi que este show era o que eu queria dizer”.
De entre as canções que vamos poder ouvir, estão temas de Villa-Lobos, Tom Jobim e Vinicius, Chico e Edu, Wisnik, Violeta Parra e muitos outros. Nem falta o Trem das Onze de Adoniran Barbosa (lembra-se? “Não posso ficar/Nem mais um minuto com você/sinto muito amor/Mas não pode ser)
As canções são todas lindas. E a interpretação delicada e excecional. Vale mesmo a pena encontrar, ou reencontrar, Mônica Salmaso. E fixar esse nome para sempre.
A cantora é a maior de sua geração e não precisa de provar mais nada a ninguém.
O Estado de São Paulo
Nada como ouvir uma intérprete que sabe o que cantar.
Folha de São Paulo
Mônica Salmaso lapida clássicos do cancioneiro popular.
O Dia