Jim Black (n. 1967, Seattle, Washington) está na linha da frente da geração de músicos que trouxeram o jazz para o século XXI. É, sem dúvida, um dos mais influentes bateristas do nosso tempo.
O público português aficionado do jazz conhece-o bem pela sua participação, com o guitarrista Frank Mobüs, no trio Azul, liderado por Carlos Bica.
Black lidera os seus próprios grupos, faz parte do coletivo Pachora e colabora como sideman com grandes músicos como Tim Berne, Ellery Eskelin, Dave Douglas, Uri Cane, Dave Liebman, entre muitos outros.
Recentemente criou um novo trio com dois jovens músicos, o pianista austríaco Elias Stemeseder e o contrabaixista americano Thomas Morgan, neste concerto substituído por outro grande músico, Christopher Tordini.
Juntos gravaram o álbum Somatic para a reputada editora Winter & Winter.
Com este trio, diz, “tento ir na direção oposta ao AlasNoAxis [banda que lidera há vários anos]. Enquanto que com Alas a música que fazemos é tributária da energia, dos ritmos e das texturas do rock, a música que escrevi para este trio revela diferentes maneiras de abordar os ritmos do swing e, obviamente, da improvisação acústica e da estrutura das canções. Mais influenciada pelo jazz e pelos desertos do Mali do que os Sonic Youth…”
O concerto desta noite é baseado nesse álbum, que teve um entusiástico acolhimento por parte da crítica. Merecido: é um magnífico disco, lírico e subversivo, surpreendente para quem conhece a obra anterior de Black.
Um jazz acústico de aparência clássica mas profundamente original e singular (…) Um trio impressionante pela sua força criativa e a sua coesão, capaz de tocar em registos muito variados, misturando peças melodiosas, impressionistas e sonhadoras, com outras com formas mais complexas e uma energia rítmica brutal e desestruturada.
L. Eskenasi in Jazz Magazine Jazzzman, janeiro 2012
Black juntou um grupo notavelmente intuitivo que produz uma efetiva mistura de acessibilidade fácil e difícil às suas composições, uma combinação que mantém o ouvinte preso, intrigado e surpreendido.
P. Margasak in Downbeat, junho 2012