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2012


INSTALAÇÃO / PERFORMANCE
N’est pas
de Pedro Tudela
Ciclo “Vinte e sete sentidos” · Organização: Granular
destaque
QUI 17 DE MAIO
Sala 2
18h30 · Duração aprox.: 30 min
3,5€ (preço único)
M12
A GRANULAR é uma estrutura financiada pela Direção Geral das Artes / Presidência do Conselho de Ministros – Secretaria de Estado da Cultura
apoio
Oito ninhos de madeira sonorizados, quatro CDs áudio, microfone e laptop Pedro Tudela

N’est pas foi um trabalho especificamente pensado e construído para ser montado num sótão. Sem intervir na estrutura do espaço, o trabalho foi montado de modo a que, não só assimilasse a área ocupada, mas que acolhesse também as memórias do prévio conhecimento do lugar. Os ninhos de madeira replicavam, não só o material dominante e nativo daquele espaço, mas também o âmago naturalmente presente que era a casa. Dos altifalantes, assumidos como meio de sonorização dos ninhos, era emitido de modo distribuído o som previamente captado em locais diversos, de ações com e sobre a substância, madeira com diferentes escalas e feitios. Na instalação o papel do som cifrava-se na transformação e aproximação do espaço e da matéria.

Poder-se-á dizer que N’est pas, através do aproveitamento sonoro, alterava o espaço sem que visualmente isso acontecesse.

Quando da instalação, já tinha planeado fazer uma performance que, de algum modo, lhe desse continuidade e o completasse, trazendo para o espaço de apresentação as questões ligadas ao processo de transformação da matéria envolvida. O leitmotiv é a incógnita relacionada com a memória, a afinidade e o enquadramento dos dados contidos, enaltecendo a relação do interior com o exterior. A matéria manipulada e a distribuição no espaço instruindo uma outra impressão de lugar.

 

Pedro Tudela concluiu o Curso de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1987. Participa em inúmeras exposições coletivas em Portugal e no estrangeiro e encontra-se representado em museus, coleções públicas e particulares. É professor Auxiliar da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.

Enveredou pela produção sonora em 1992, participando em concertos, performances e edições discográficas, em Portugal e no estrangeiro. Cofundador e um dos elementos do projeto multidisciplinar e de música digital @c e membro fundador da media label Crónica.

 

Sobre o ciclo “Vinte e sete sentidos”

O século XX começou com o visionarismo de um punhado de artistas que ambicionava ter uma intervenção sinestésica, envolvendo os olhos, os ouvidos, o olfato, o paladar, o tato. No seu poema An Anna Blume, Kurt Schwitters referiu-se mesmo em 1919 aos «vinte e sete sentidos da sensorialidade». Finalmente derrubadas as fronteiras entre as artes, neste início do século XXI vai-se pretendendo lidar com a totalidade da perceção humana. A série “Vinte e Sete Sentidos” apresenta alguns dos caminhos que estão a ser percorridos rumo a esse velho ideal…

N’est pas was designed to be installed in an attic, assimilating the occupied area and its memories. Its wooden nests replicated the predominant material, while loudspeakers played pre-recorded sounds of actions being performed with and upon wood, transforming the space and bringing it closer to the substance, without anything happening visually. The plan was to continue and complete the installation with a performance that asked questions about the transformation of the substance and its distribution in the space. Pedro Tudela (b. Viseu, 1962) has held solo exhibitions regularly since 1981.