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2013


CONFERÊNCIAS
O Urbano e a Urbanística
ou os tempos das formas
por Nuno Portas com ilustração de Nuno Travasso
destaque
Densidade populacional no sistema metapolitano do Porto, entre Douro e Cávado. CEAU-FAUP, 2012 (pormenor)
SEGUNDAS-FEIRAS
7, 14, 21, 28 DE JANEIRO
Grande Auditório
18h30 · Entrada gratuita
Levantamento de senha de acesso 30 minutos antes do início de cada sessão, no limite dos lugares disponíveis. Máximo: 2 senhas por pessoa.
Informações
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt

As cidades nunca foram iguais mas algumas das suas caraterísticas mostraram-se, ao longo do tempo, mais constantes ou mais resilientes do que outras. No entanto tem-se a sensação de que nos últimos dois séculos, sobretudo no último e no hemisfério-norte, se assistiu a ruturas tão profundas e alternativas tão radicais que nos obrigam à reflexão crítica sobre esses resultados que ainda hoje dividem as opiniões públicas além dos especialistas. Eis alguns problemas mais críticos, não só portugueses:
Na primeira sessão, evocamos os legados da revolução industrial e comercial nos países mais avançados, confrontando-os com as mudanças dos modos de vida e das formas de urbanização: a perda sucessiva dos limites físicos, a polarização dos aglomerados centrais e as periferias cada vez mais extensivas. Em suma, o dualismo da cidade-com história e da não-cidade sem história reconhecida.
Na segunda sessão, perseguimos as mobilidades crescentes de pessoas, bens, informação e energia, causa e consequência da explosão tecnológica, fabril, agrícola e comercial que se traduziram em sucessivas redes entre e intra-cidades. A resposta urbanística mais profunda, do século XIX ao XX, reside nas malhas de espaço público que viriam a servir de suportes, funcionais e simbólicos, às diferentes formas da edificação, aos parques... ou seja, da cidade central à extensiva ou às conurbações.
Na terceira sessão, avaliamos a edificação que se diversificou em termos de funções e níveis de riqueza: da casa aos bairros, da oficina aos complexos fabris, do comércio aos grandes armazéns e escritórios, ou ainda aos equipamentos sociais, de ciência e educação ou saúde, de lazeres e espetáculos... para todos. É a habitação que constitui a maior massa construída, resultante das mudanças demográficas (saúde, emprego, migrações...) mas também dos modos e estilos de vida dos citadinos, função dos recursos e culturas que caraterizaram as classes médias crescentes. Confrontamos as formas ou modelos do habitat – casas e espaços comuns – ensaiadas na Europa e em Portugal, na 2.ª metade do século XX. Questionamos os equívocos da densidade urbana, os tipos de promoções públicas e privadas, os limites de participação dos moradores e as suas mobilidades.
Na quarta e última sessão, a questão da governança, do papel do Estado como arrumador do crescimento ou reconversão urbanos nas áreas de mudança como as “metapolis” do litoral português. O papel das “estratégias” e “planos” e a gestão local dos “projetos urbanos” e as dificuldades de compatibilização dos diferentes “estados” e destes com promotores e cidadãos. Ou seja, a crescente incerteza dos recursos e impactos, tendo presente o fator tempo – saber distinguir o que se impõe como durável e estruturante para a coletividade e o que é apenas provável, acidental ou particularizado: um planeamento a diferentes velocidades.

[Obs. Uma leitura acessível: Políticas Urbanas I e II, obra coletiva editada pela F. C. Gulbenkian]

 

Nuno Portas é professor Emérito da U. Porto e coordena o Laboratório de Estudos do Território da mesma universidade. Foi investigador do LNEC (1963-83) em habitação e urbanismo após ter integrado o atelier N. Teotónio Pereira participando em projetos premiados de habitação (Olivais, Restelo) e igrejas (1957-73). Exerceu funções de S. Estado nos três primeiros Governos Provisórios e de vereador na CM Gaia (1990-94). Foi Professor na ESBAL (1965-71) e, desde 1984, na FAUP até à jubilação, onde coordenou investigação teórica e aplicada em municípios da Região e ao Campus da U. Aveiro. Participou em ações internacionais da ONU, BID e EU e projetos urbanos em Espanha, Itália e Brasil. Publicou três teses e cinco volumes de artigos selecionados. Recebeu o prémio Abercrombie de Urbanismo da UIA 2005.

 

Nuno Travasso é arquiteto e doutorando no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da FAUP, sendo coautor de Políticas Urbanas II, editado pela F. C. Gulbenkian em 2011.

 

7 de janeiro

Heranças urbanas e mudanças dos modos de vida

Lugares e mosaicos urbanos

 

 

 

14 de janeiro

Atividades e mobilidades – malhas geradoras

Espaçamentos, traçados

 

 

 

21 de janeiro

Habitats e ecologias – limites e densidades

Tipos e modelos do edificado

 

 

 

28 de janeiro

(Meta)polis e governabilidades

Regulações, compromissos, empowerments.

A “obra aberta” em tempos de incerteza

 

Our cities have never been the same, but some characteristics have withstood time better than others. Radical changes over the last two centuries have resulted in divided opinions. In our first session, we examine the legacies of the industrial and commercial revolutions, relating them to changes in lifestyle and town planning; in the second, the growing movements of people, goods, information and energy between and within cities; in the third, the diversification in buildings in terms of their functions and levels of wealth; and lastly, the State’s role in the governance of town planning.