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2013


LEITURAS
Comunidade de Leitores
Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway:
para onde foi a “geração perdida”?

por Helena Vasconcelos
destaque
Francis Scott Fitzgerald
Ernest Hemingway Collection
John F. Kennedy Presidential Library and Museum, Boston
17 E 31 DE JANEIRO
14 E 28 DE FEVEREIRO
6 E 21 DE MARÇO
Sala 1 · 18h30
Inscrições até 10 de janeiro (limite 40 pessoas) na bilheteira da Culturgest, pelo tel. 21 790 51 55 ou pelo e-mail culturgest.bilheteira@cgd.pt
Informações
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt

Década de 1920: chamaram-lhe a “era do Jazz”, a “idade de ouro”, os “loucos anos vinte”. Depois do trauma da Iª Grande Guerra, a Europa e os Estados Unidos pareciam ter recuperado o fôlego. Faziam-se fortunas de um dia para o outro, o champanhe corria a rodos e as festas não tinham fim. Francis Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, amigos e rivais, participaram ativamente nesse tempo em que Wall Street se misturava com a Côte d’Azur, a Arte com a alta finança. Scott e Ernest rapidamente se destacaram pela sua forma de estar e pela originalidade da sua escrita. Figuras atuantes no torvelinho do mundo, as suas acidentadas vidas tornaram-se matéria literária, explorada e revisitada, o que lhes valeu um lugar incontestado no panteão da literatura americana e mundial. Muito diferentes entre si, embora cúmplices no álcool e nas angústias existenciais, transpuseram para as respetivas obras os excessos, os traumas e a energia maníaca desses tempos conturbados. Nos seus romances e contos escalpelizaram a primeira metade do século XX, com todo o seu cortejo de guerras e banquetes, riqueza obscena e pobreza incalculável. Em Paris, ocuparam lugar cativo na grande revolução artística que juntou, principalmente em torno de Gertrude Stein, escritores, músicos, bailarinos, coreógrafos, pintores, estrelas de cinema, figuras da sociedade e da alta finança, ansiosos por participarem, a todo o custo, no (aparentemente) interminável banquete orgiástico que terminou abruptamente com a IIª Grande Guerra.
É possível avançar com a ideia estereotipada de que Fitzgerald foi o rapaz bonito, tímido, sensível, inseguro e terno que escreveu sobre os confrontos mortalmente nefastos entre cônjuges e amantes e Hemingway foi o valente espalha-brasas, determinado, mulherengo e histriónico que escreveu sobre a guerra, a ação, a caça e as aventuras amorosas? Sim e não. Através das suas obras é possível detetar as contradições e incongruências, as falhas e oscilações das suas vidas, dedicadas à escrita e à intensa experiência existencial, mas atravessadas por tragédias e desregramentos.
Nesta altura em que a famosa “crise” mundial parece refletir os grandes embates históricos do século XX, vale a pena reler as obras destes dois últimos românticos que estabeleceram os alicerces para uma literatura que moldou e marcou as gerações seguintes.

 

 

Qui 17 de janeiro
Belos e Malditos, F. Scott Fitzgerald

 

Qui 31 de janeiro
O Adeus às Armas, Ernest Hemingway

 

Qui 14 de fevereiro
Paris é Uma Festa, Ernest Hemingway

 

Qui 28 de fevereiro
Terna é a Noite, F. Scott Fitzgerald

 

Qua 6 de março
O Sol Nasce Sempre, Ernest Hemingway

 

Qui 21 de março
O Último Magnate, F. Scott Fitzgerald

 

Nota: deixa-se ao critério dos participantes a escolha das respetivas edições.

The roaring 1920’s – the Jazz Age. After the Great War, huge fortunes were amassed and the champagne flowed. Caught up in this whirlwind were Scott Fitzgerald and Hemingway, both fuelled by alcohol and existential angst. They became leading figures in the great artistic revolution brought to a sudden end by the II World War. Our current world “crisis” mirrors this period, making it poignant to re-read the work of these last two romantics who left their mark on the generations to come.