De novo os blues nos auditórios da Culturgest, nesta edição com a presença de uma das bases da música afro-americana: as grandes vozes femininas.
É habitual procurar referências e comparações e Ruthie Foster que, com um sólido acompanhamento musical, estará no Grande Auditório. Tem sido comparada a Ella Fitzgerald e Aretha Franklin. Também com ela, de facto, se verificou o caminho que leva intérpretes femininas a evoluírem do gospel de infância e juventude para estilos, profanos, em que se misturam os blues e o music hall marcadamente urbano.
Ruthie Foster tem mantido, ao longo da sua carreira, contudo, constantes ligações a essas raízes, mas a variedade dos prémios que a balizam garantem um invulgar espetáculo.
Também no Grande Auditório completar-se-á o retrato iniciado o ano passado dessa apaixonante expressão de virtuosismo que é reconhecidamente o boogie woogie – mas levando-a à mais rica das suas memórias. O inquestionável must do boogie continua a residir no duo de pianistas afro-americanos, os já desaparecidos Albert Ammons e Pete Johnson, um caso muito especial da soma de virtuosismos em instrumentos idênticos num estilo que tem no seu eixo, exatamente – o individual virtuosismo! É esta memória que os seus incontestados herdeiros, Axel Zwingenberger e Ecco Rijken Rapp, nos trarão.
E, finalmente, um novo passo no percurso nos blues de intérpretes e criadores portugueses, brilhantemente aberto pelo saudoso Bernardo Sassetti, em 2010: um interessantíssimo grupo de Lisboa, viajante da herança popular americana das primeiras décadas de Novecentos, os Soaked Lamb.
Ruben de Carvalho
sáb 26 de janeiro Ruthie Foster
qua 30 de janeiro Axel Zwingenberger e Eeco Rijken Rapp