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2013


TEATRO / DANÇA
Wilde
de mala voadora e Miguel Pereira
destaque
 
SEX 22, SÁB 23
DE MARÇO
Palco do Grande Auditório
21h30 · Duração aprox.: 1h05
12€ · Até aos 30 anos: 5€
M12
Espetáculo falado em inglês, com legendas.

Folha de sala (pdf)
Informações
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
A mala voadora é estrutura associada da Zé dos Bois. A mala voadora e O Rumo do Fumo são estruturas financiadas pela DGArtes/Presidência do Conselho de Ministros – Secretaria de Estado da Cultura.
Direção Jorge Andrade e Miguel Pereira, a partir de Oscar Wilde Com Carla Bolito, Joana Bárcia, Jorge Andrade, Miguel Pereira, Nuno Lucas, Tiago Barbosa e Valentina Parlato Cenografia José Capela Figurinos José Capela com execução de Eduarda Carepa Luz Daniel Worm d’Assumpção Som Jari Marjamäki Coros Rui Lima e Sérgio Martins Fotografia de cena José Carlos Duarte Produção Cátia Mateus (O Rumo do Fumo) e Manuel Poças (mala voadora) Coprodução Culturgest e Teatro Viriato Residência Artística Fórum Dança, alkantara e Zé dos Bois Agradecimentos Marcello Urgeghe, Maria Teresa Ferreira, Mónica Garnel e Xavier de Sousa

O designado “teatro de repertório” assenta num princípio de repetição e diferença: a mesma peça é apropriada por sucessivas companhias, ou por sucessivos encenadores, uma vez após outra, durante décadas ou séculos1. Pratica-se o equilíbrio entre a reiteração ritualista da sua qualidade (a repetição em si) e a revelação mais pura da sua essência dramatúrgica. Entre a designada “atemporalidade” e o novo. Entre a tradição e o maneirismo, ou a iconoclastia. Entre o cânone e a tentativa de refletir, sobre ele, (mais) um olhar idiossincrático. Entre a história das sucessivas versões da peça e o propósito de quem tenta desafiar essa história, ou inscrever-se nela. Dialéticas.

 

Wilde é o resultado de uma colaboração entre a companhia de teatro mala voadora e o bailarino e coreógrafo Miguel Pereira, do Rumo do Fumo.
Baseia-se na peça Lady Windermere’s Fan: A Play About a Good Woman, de Oscar Wilde2 e, mais especificamente, no registo áudio da sua versão radiofónica produzida pela BBC Radio 7. O espetáculo é uma apropriação desse registo de uma performance do passado, ela própria uma apropriação de uma peça do seu passado. É um espetáculo historicista, ou arquivista. E não é.

 

1. Lady Windermere’s Fan, A Play About a Good Woman, de Oscar Wilde, estreou a 22 de Fevereiro de 1882, no St. James Theatre, em Londres. Em 1883, a peça foi publicada, na língua inglesa em que foi escrita. Em 1916 e em 1925, foram feitas adaptações para o cinema mudo, dirigidas respetivamente por Fred Paul e por Ernst Lubitsch. Em 1949, Otto Preminger realizou um novo filme, intitulando-o sumariamente The Fan. Em 1944, a peça foi apresentada pela primeira vez em Portugal, no Teatro Nacional Dona Maria II, pela companhia Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro. Foi traduzida pelo Dr. Júlio Dantas e adquiriu o título O Leque de Lady Windermere. Em 1993, com o mesmo título mas com nova tradução de Maria João da Rocha Afonso, voltou a ser apresentada no Teatro Nacional, com encenação de Carlos Avilez e coreografia de Luís Moreira. Foi também transformada em musical, filmada para a televisão e interpretada em versões radiofónicas.

2. Lady Windermere’s Fan é uma crítica às convenções da sociedade vitoriana. Satiriza o moralismo das “reputações” e a redução da “virtude” a uma questão de aparência. Em contraste com o modelo dramático no qual o desenlace justo e feliz resulta da “reposição da verdade” pelo herói, Wilde constrói um enredo em que a felicidade das personagens é garantida pela ardilosa construção de uma mentira por uma mulher cuja reputação é duvidosa.

 

Wilde is based on the world of Oscar Wilde. And his play Lady Windermere’s Fan.

Wilde is a co-creation of the mala voadora theatre group and choreographer Miguel Pereira.

Wilde perhaps begins as theatre and ends as dance. Or perhaps it begins as dance and ends as theatre. Or both. Or neither.

Wilde is a show with a text and without a text – apolitical, conventional, elegant, radical and political. And wild.

Wilde has a message, it is entertaining, boring, disappointing, exciting, and doesn’t mean anything at all.

Or perhaps it does.