Olga Roriz após 38 anos de carreira como intérprete e nove solos criados, lança-se a um duplo desafio.
A revisitação de uma obra maior como é A Sagração da Primavera e a insistência da sua longevidade como bailarina e intérprete. Poucos são no Mundo os criadores que se propõem a coreografar esta obra, muito menos ainda os que aos 57 anos de idade a dançam.
Olga Roriz é a única intérprete/criadora no nosso País e das poucas na Europa que continua a transmitir pelo seu próprio corpo o seu legado coreográfico e artístico, que persiste em construir, desenvolver e partilhar com o público a sua presença gestual e interpretativa impar.
2013 celebra o centenário da criação de A Sagração da Primavera por Nijinsky/Stravinsky. Após a sua primeira criação desta obra a coreógrafa confessa:
“Algo ficou por fazer, tanto ficou por ser dito.
Pretendo encontrar um outro estar, uma acumulação do mesmo mas sempre em renovação, jamais entendido.
Ignorar os tabus, reescrever a história, acrescentar as referências e criar o momento.
Paixão, memórias e saber, manter-se-ão intactos, serão respeitados mas sem voz, sem espaço, sem presente.
Corpo a corpo num confronto nunca pacífico.”