Utopía é a mais recente criação de María Pagés. Inspirada na obra e na pessoa de Oscar Niemeyer, é um projeto global em que que sete bailarinos interpretam com María a experiência ética e estética do desejo, do inconformismo, da utopia.
O cenário, criado por Pagés, evoca e sugere “a praça aberta a todos os homens e mulheres do mundo”, “as curvas generosas, de espaços amplos e abertos”. Os vestidos, lindíssimos, também por Pagés foram desenhados. A música, original e em direto, é composta e interpretada pelo guitarrista Rubén Lebaniegos e o cantautor brasileiro Fred Martins.
O espetáculo estrutura-se em oito partes, ou versos, que convocam poemas de Baudelaire, Benedetti, Neruda, Machado, Lerbi El Harti e do próprio Niemeyer, incorporando ainda palavras de D. Quixote de Cervantes. Poemas que falam da solidariedade, do compromisso, do exílio, da fugacidade da vida, da pequenez dos homens, da imaginação e do idealismo como motores necessários da mudança.
Utopía é um extraordinário espetáculo de flamenco, com o poder da simplicidade e uma fulgurante beleza.
Não percam o último espetáculo de María Pagés, Utopía, um bailado flamenco em que a bailaora e coreógrafa sevilhana roça a genialidade”.
El País, 24 setembro 2012
Nem o ar, nem a terra são iguais, depois de María Pagés ter dançado.
José Saramago