Esta apresentação insere-se numa colaboração entre a Culturgest, o São Luiz Teatro Municipal, o Goethe Institut e o Festival Materiais Diversos, no âmbito dos 20 anos de carreira coreográfica de Raimund Hoghe, em que serão apresentados em Lisboa e Torres Novas três espetáculos deste coreógrafo, bem como um livro sobre a sua obra.
O pas de deux é uma das estruturas básicas do ballet em que um par de solistas – homem e mulher – oferece aos espectadores toda extensão do seu virtuosismo. O coreógrafo alemão Raimund Hoghe aborda o pas de deux de outra maneira: para ele trata-se literalmente de um passo, um passo para dois. Em Pas de Deux, Hoghe, europeu e mais velho e Takashi Ueno, japonês e jovem, estabelecem um diálogo sobre as suas semelhanças e as suas diferenças que podemos ver como uma pesquisa sobre a estrutura de uma relação (dançada) entre duas pessoas. Como nos muitos pas de deux que comediantes como Stan Laurel e Oliver Hardy (conhecidos como Bucha e Estica) desenvolvem nos seus filmes e que são determinados pelo potencial e pelas inabilidades de cada um dos parceiros, Hoghe e Ueno exploram quem são e onde a sua interação pode levar. Umas vezes espelham-se um no outro, outras formam um contraste. O duplo e a diferença, a simetria e o contraste, a semelhança e a singularidade, são as fases por que passam nesta jornada comum.