“Dançar apesar de tudo, dançar no fim de tudo” poderia ser o mote de Twin Paradox, em que Mathilde Monnier se inspira nas maratonas de dança que surgiram nos Estados Unidos nos anos 20.
“ (...) Nesta peça, interessa-me abordar este fenómeno não pelo que representa historicamente mas pelo tratamento da duração, como um desejo de dançar sem parar até ao ponto em que a dança cria o seu próprio mundo e insiste em si mesma, e então desenvolve uma dramaturgia própria da duração (difração, repetição, círculo) que escapa ao tempo da realidade. Neste material o que está sempre a aparecer é a dança a dois, o duo, que é a figura recorrente deste trabalho. Aqui, trata-se de reinventar os amantes como uma primeira forma de comunidade, ao lado da grande comunidade humana. O par, portanto, o duo, que se abraça para se aguentar, para avançar, para representar, para sobreviver, mas também o par que se transforma, que se entreajuda, que dança. O par como primeira entidade da dança, como primeiro acorde rítmico (...).”
Mathilde Monnier