Danh Võ (Bà Ria, Vietname, 1975) concebeu esta exposição tomando em consideração o lugar onde ela se inscreve. We The People, ambicioso projeto iniciado em 2011, que consiste na recriação da Estátua da Liberdade em inúmeros fragmentos à escala 1:1, é o núcleo duro da exposição. Danh Võ ficou fascinado ao descobrir que aquela estátua é composta por uma fina camada, uma pele, suportada por uma estrutura interior; interessou-lhe o contraste entre a ideia de fragilidade assim revelada e a monumentalidade da estátua. Os fragmentos da Estátua da Liberdade estabelecem uma relação estreita, uma correspondência direta até, com pequenas esculturas em papier mâché de fragmentos do corpo de um adolescente (nomeado no título da exposição) e com os fragmentos de uma figura em madeira de Cristo crucificado, datada do século XVIII. Outro dos eixos conceptuais da exposição é definido por uma das obras mais emblemáticas de Danh Võ: a cópia manuscrita de uma carta enviada por um missionário jesuíta ao pai, no século XIX, antes da sua decapitação – uma carta que tem sido regularmente copiada (e recopiada) por Phung Võ, pai do artista. Através da conjugação destas e de outras obras recentes, Danh Võ constrói uma complexa rede de relações, por vezes invisíveis numa primeira aproximação, em que o tema da condição humana, da sua fragilidade e mortalidade, emerge como leitmotiv.
Danh Võ (Bà Ria, Vietnam, 1975) conceived this exhibition taking into close consideration the characteristics of the exhibition place. We The People is an ambitious project that began in 2011 and consists of recreating the Statue of Liberty in countless fragments on a 1:1 scale, making it the exhibition’s central core. Danh Võ was fascinated to discover that this statue is composed of a fine layer – a skin – supported by an inner structure; he was interested in the contrast between the idea of fragility revealed by this skin and the monumentality of the statue itself. The fragments of the Statue of Liberty establish a close relationship – even a direct correspondence – with small papier mâché sculptures of fragments of the body of an adolescent (named in the exhibition’s title) and with fragments of an 18th-century wooden crucifix. Another of the exhibition’s central concepts is defined by one of Danh Võ’s more emblematic works: the handwritten copy of a letter that a Jesuit missionary sent to his father, in the 19th century, before being beheaded – a letter that has been regularly copied (and recopied) by Phung Võ, the artist’s father. By joining these works with other more recent ones, Danh Võ constructs a complex network of relations, sometimes invisible when first approached, in which the theme of the human condition, its fragility and mortality, emerges as a leitmotif.