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2014


LEITURAS
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A Arte de Envelhecer por Helena Vasconcelos
destaque
Rembrandt, Autorretrato, 1660 · Pintura a óleo no Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque (pormenor)
QUINTAS-FEIRAS
DE 16 DE JANEIRO
A 20 DE MARÇO
Sala 1 · 18h30
Inscrições (limite 40 pessoas) na bilheteira da Culturgest, pelo telefone 21 790 51 55 ou pelo e-mail culturgest.bilheteira@cgd.pt
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É um dado largamente difundido e verificado – embora não universalmente reconhecido – que a esperança de vida aumentou exponencialmente, nas últimas décadas. Um largo número de pessoas no planeta, com idade avançada, vivem mais intensamente e, os que podem, aproveitam com avidez esse tempo extra que lhes é proporcionado. Rembrandt foi um dos artistas que pintou a idade madura com mais nobreza e poder, evidenciando a dignidade da senescência.

Encontrar-se-á este fenómeno, também, na Literatura? Será possível criar heróis e heroínas trôpegos, senis, distraídos, engelhados, confusos? Ou ficámo-nos com a ideia romântica, recuperada na década de 50 do século XX, da eterna e solar juventude – por isso era tão importante morrer cedo – dos corpos sem mácula dos jovens efebos e das donzelas sensuais e voluptuosas?

As obras que propomos para este ciclo colocam estas e outras questões: da estranha simetria entre o livro de Banville e o de Schlink, com as óbvias distâncias, à meditação sobre a glória e a inveja ironicamente tratadas por Lodge, na sua recriação do ocaso de Henry James, recuperadas ainda por Bellow, em Ravelstein; da trágica e cómica situação de Edna, no livro de Savage, ao conflito de gerações e hábil trama do curto romance de Welty, tudo leva a crer que este território da ficção, das memórias e da biografia romanceada (Autor, Autor) é digno de análise e de discussão.

Helena Vasconcelos

 

16 de janeiro

Luz Antiga, John Banville, ed. Porto Editora

 

23 de janeiro

Recordações de Edna, Sam Savage, ed. Planeta

 

13 de fevereiro
Autor, Autor, David Lodge, ed. Asa

 

20 de fevereiro

A Filha do Optimista, Eudora Welty, ed. Relógio D’Água

 

13 de março

Ravelstein, Saul Bellow, ed. Quetzal

 

20 de março

O Leitor, Bernhard Schlink, ed. Asa

Although not universally acknowledged, it is widely known that life expectancy has risen exponentially over the last few decades. Many people of an advanced age live more intensely, eager to make the most of the extra time left to them. Rembrandt was an artist who painted with greater power and distinction in his later years, bringing dignity to old age. Do we find this phenomenon in literature too? Can heroes be created that are senile, doddering, wrinkled and confused? Or do we maintain the romantic idea of eternal youth? This latest cycle of reading will examine these and other questions.