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É, desde o século passado até hoje, uma curiosa constante do jazz e dos blues o elevado número de cantoras que se acompanham ao piano, ganhando mesmo também prestígio como pianistas. Eden Brent, com uma carreira que já inclui digressões europeias e galardões vários nos Estados Unidos, tem contudo a particularidade de constituir uma “linhagem” musical iniciada quando, nos anos 60, um já famoso pianista nascido na Georgia, Abie “Boogaloo” James, decidiu regressar para o Sul após mais de 30 anos em Detroit (onde o seu prestígio o levara a integrar a famosa banda de estúdio da Tamla Motown).
Instalado em Greenville, no Mississípi, em 1980 “Boogaloo” decidiu transmitir o seu boogie woogie a uma jovem local, pouco tempo tardando para que começassem a ser solicitados para espetáculos conjuntos (uma enraizada tradição do estilo) e se traduziria num trabalho regular e na filmagem de Boogaloo and Eden: Sustaining the Sound, um interessante documentário sobre um pianista negro nos seus 80 anos e a sua discípula branca nos trinta e poucos, premiado em diversos festivais.
Após o desaparecimento de Abie James em 2002, Eden prosseguiu a sua carreira própria, com diversas formações (solo, trio e quinteto), sendo frequentemente solicitada para atuações com orquestras e gravações.

One of the continuing curiosities of jazz and blues is the number of singers who also play piano. Eden Brent belongs to a musical “lineage” that began in the 1960s when Georgia-born Abie “Boogaloo” James decided to return south after more than 30 years in Detroit. Settling in Mississippi in 1980, “Boogaloo” decided to pass his boogie woogie on to a young local musician, and the 80-year-old black pianist and his 30-year-old white disciple soon began to play together. Since James’ death in 2002, Eden has continued his own career, frequently playing with orchestras and making recordings.