Durante uns anos, os da surpresa causada pelos álbuns Nebulosa e Partícula, foi com um trio de piano jazz como base, reforçado por um ou dois convidados (primeiro Tim Berne, depois Émile Parisien e Dominique Pifarély), que Hugo Carvalhais apresentou o seu projeto. Agora procura outras fórmulas, e uma delas calha ser igualmente um trio, mas desta vez sem teclado. O baterista é o mesmo de sempre, Mário Costa, e no saxofone está o compagnon de route mais habitual do compositor e contrabaixista, Parisien.
Neste contexto podemos continuar a reconhecer as linhas de força da escrita de Carvalhais, e designadamente a elegância formal do jazz europeu, a mutabilidade do rock progressivo, a complexidade da música contemporânea e a visceralidade do free jazz original. A diferença é que a música está agora mais solta e mais free. E porque este é o formato instrumental por excelência do hard bop, também o tipo de expressão que vem desse período do jazz se faz sentir.