Os noruegueses Kjetil Møster e Erik Knedal Andersen e o britânico John Edwards partilham a mesma multifacetada postura musical que os levou a realizar trabalho nos campos do rock alternativo, do noise e da eletroacústica experimental, mas o que os une neste novo trio é um regresso às bases da própria liberdade criativa. Estas estão, para eles, em algo que se situa entre o legado do free jazz e aquela prática da improvisação a que já se chamou "não-idiomática". O que quer dizer que fazem uma música de grande intensidade e com estruturas abertas, lidando diretamente com os princípios da espontaneidade, da intuição e da igualdade de papéis e responsabilidades num projeto cooperativo. Uma música sem concessões, arrebatadora e orgânica que ou se ama ou se odeia, sem meios-termos.
Saxofonista e clarinetista com formação realizada no Trondheim Musikkonservatorium, Møster começou por se fazer notado no grupo de rock eletrónico Datarock e depois em formações de jazz como The Core, Zanussi 5, Ultralyd e Crimetime Orchestra. Experiências nas áreas da música contemporânea, do free rock e do noise mais extremo completam igualmente o seu currículo.
Um dos grandes virtuosos do contrabaixo na atualidade, Edwards foi um dos pilares da banda de metal-dub-noise-jazz GOD e dos estranhos B-Shop for the Poor, para além de colaborar com o mestre do sampling John Wall, os pós‑modernos Spring Heel Jack e o líder dos This Heat, Charles Hayward. Hoje encontramo-lo com os improvisadores Evan Parker, John Butcher, Veryan Weston e Phil Minton.
Outro produto do prestigiado Conservatório de Trondheim, Knedal Andersen é um baterista hiperativo e bombástico, seguindo mais a linha de um Han Bennink do que a do seu conterrâneo Paal Nilssen-Love. Integra os grupos Saka e Akode e colaborou com os noise-makers Lasse Marhaug e Maja Ratkje, mas também com os mais detalhísticos Axel Dorner e Thomas Lehn.