Espaço habitado, negociado por sete corpos, visto não apenas como território, mas sobretudo como um lugar imaginário, que os atrai, quebrando fronteiras e limites. Espaço que só faz sentido se for habitado por esses corpos e escarificado pelo seu movimento. Uma gestualidade que abre a porta de um espaço transformado em lugar pela linguagem coreográfica. Uma pergunta paira sobre a obra: porque queremos estar sempre em outro lugar? A que hierarquia obedecemos nos momentos de escolher? E no entanto a resposta, apesar de minuciosa como uma partitura, escapa à narrativa e é habitada por uma poética que transcende a compreensão: o território mais puro da dança. Chamei-lhe Hierarquia das Nuvens.
Rui Horta
Inhabited space, negotiated by seven bodies, seen not only as territory, but above all as an imaginary place that impels the crossing of boundaries and the breaking of limits. A space that only makes sense if inhabited and ritualized by movement, the language of gestures being the key to open the door into a space which, through choreographic language, becomes a "place". Two questions hoover over the piece: why do we always want to be somewhere else? Which hierarchy prevails in the choosing moments? Nevertheless, the answer, precise as a score, escapes narrative and is inhabited by poetics that go beyond cognitive understanding, dance's deepest experience. I called it Hierarchy of Clouds.
Rui Horta