Com a definitiva instalação em Lisboa da Corte, tornou-se necessária a construção de edifícios condignos para as classes sociais que diretamente a envolviam, quer nos grupos fidalgos diretamente ligados à orgânica da vida cortesã, quer nas famílias ligadas à administração pública, cada dia mais alargada e complexa. A alta fidalguia depressa larga as suas origens provinciais e se instala em Lisboa, originando um processo de grande importância da história da cidade. Ao longo dos tempos essa fixação urbana foi-se moldando ao próprio registo funcional da cidade, alterando-se consequentemente quer os modelos palacianos, quer os gostos estéticos e decorativos, na maioria chegados de fora.
Pode assim, para efeitos da explanação dessa mesma evolução, dividir-se genericamente este período de Corte em grandes fases, restringindo-se o estudo a finais do século XVIII, e deixando de fora a prática posterior, marcada já por outros valores, mais burgueses na sua formulação. A quantidade de conjuntos palacianos em Lisboa leva, naturalmente, a uma seleção, procurando escolher-se os mais significativos de cada espécie ou de cada momento. Além disso, restringe-se tão-só aos edifícios efetivamente inseridos na malha urbana da cidade, deixando-se de fora alguns exemplares notáveis de quintas de recreio, que são hoje muitas vezes olhados como exemplares palacianos.
Em quatro sessões, procurar-se-á dar uma panorâmica global dessa realidade que alterou por completo o perfil construído da cidade, com especial enfoque nos conjuntos mais marcantes, quer pela qualidade arquitetónica ou conhecimento efetivo do nome do autor; quer pelo papel no condicionamento da malha urbana; quer pela revelação de novidades estruturais e decorativas.
JSM
Na sequência da graduação em História de Arte (UNL), José Sarmento de Matos dedicou-se ao estudo da Arquitetura Civil de Lisboa, alargando sucessivamente a pesquisa olisipográfica a outros campos da realidade urbana. Tem publicado vários títulos sobre a evolução histórica da cidade e participado em cursos e colóquios sobre temas lisboetas.
4 de novembro
A instalação da Corte e os primeiros palácios aristocráticos (séc. XVI/XVII)
11 de novembro
A Arquitetura Aristocrática após a Restauração (séc. XVII/XVIII)
18 de novembro
Os Palácios do período Joanino;
O Barroco Romano (1.ª metade do séc. XVIII)
25 de novembro
O Palácio após o Terramoto (2.ª metade do séc. XVIII)